Com uma tradição que já dura 67 anos, a devoção começou em 1951, em 14 de maio foi fundada a Capela no alto do Monte Jacaré, pelo agricultor Sebastião Felipe de Almeida, recebendo o nome de São Sebastião, o Santo Protetor. Já que a Igreja mais próxima ficava em no município de Mairi, quase 40 km de distância no qual ele percorria todo domingo, Sebastião decidiu então construir uma capela próximo a sua residência, todo o material foi levado no lombo do burro e nas mãos, subindo e descendo várias vezes até ficar tudo pronto. Sendo muito devoto junto a sua família, com a Capela no alto do Monte, passou a leva-los todas as noites de domingo, lá em cima, sem energia, ascendia-se uma fogueira do lado de fora para aquecer e todos ficavam rezando dentro dela. Com a sua morte, seu filho Jonas Eurudino de Almeida, passou a cuidar da mesma, limpando, pintando e assim começou a ser frequentada pelas e as famílias e moradores da região, além dos que subiam para pagar suas promessas, deixando seus objetos como agradecimento, e até hoje a capela ainda recebe esses devoções. A mesma foi incendiada uns 15 anos atrás, destruindo todos os itens e danificando a estrutura, com a partida do filho Jonas, motivou o neto do fundador, Reinaldo Pacheco de Almeida, conhecido como Roldão que já cuidava, a assumir e se tornar o atual guardião do lugar, reformando a mesma e melhorando sua estrutura como a troca do telhado para laje junto a um grupo de familiares e amigos em forma de doação e mutirão depois do incêndio, de lá para cá, são feitas pequenas reformas a cada 2, 3 anos através das doações/mutirões e a presença frequente de Abelardo Pacheco e Geovane Pacheco, seguindo a tradição da família.
O monte do jacaré passou a ser chamado assim, por estar localizado na região onde tinha uma fazenda com o mesmo nome, são cerca de quinhentos metros de altura, diante da trilha íngreme, estreita e cheia de pedras em alguns trechos, em sua maioria, o bioma da caatinga se mantem presente como uma grande reserva, encontrando pelo caminho, pés de cansanção, angicos, macambiras, juá de boi, umburana de cheiro, cassutinga, mandacarus, cactos, além de muitas outras variedades nativas.
Uma das ações para conter o desgaste do solo que já sofre com as altas temperaturas foi à iniciativa de proibir o acesso de moto até a capela, além do risco de provocar algum incidente durante o percurso dos peregrinos, que como relata seu Roldão: “
A semente de Deus não acaba, vai de criança a velho. E cada um tem sua expressão, uns sobe só para fazer suas rezas, agradecimentos, outros só para curtir a paisagem, fazer suas fotos. Todos são bem vindos!”.
Nos últimos anos, com o crescimento da divulgação e das redes sociais, a frequência dos visitantes durante a semana santa tem aumentando, além de muitas pessoas que moram fora quando na cidade, sobem o Monte nos dias mais movimentos entre a quarta e sexta-feira santa, assim como fora desse período, tem grupos que acampam, fazem trilhas, pedalam até lá. fazemos um pedido especial aos visitantes, quanto ao cuidado com o lixo gerado enquanto sobem no Monte, recolha seu lixo e o que tiver sido deixado para trás, e os descartes no local devido, seja consciente!
Quando Roldão é questionado se essa tradição vai ser mantida, a reposta é sempre a mesma “
não se pode deixar acabar, quando uns se forem, vai aparecer outros para tomar conta”, e quem quiser ajudar nas doações/mutirões das próximas reformas, na preservação do Monte, limpeza, é só manter contato com Roldão para participar do grupo. E estende o convite mais uma vez para todos visitarem após a Semana Santa, por considerar que o lugar tem potencial para se tornar um ponto de turismo ecológico na região, pelo bioma nativo preservado e a paisagem que é bonita demais, sendo possível avistar três cidades vizinhas do alto.
“
Que todo mundo que gosta de estar na natureza, olhar as paisagens e/ou de rezar, que suba o Monte Jacaré, que estamos de braços abertos. E que cada um que vier, chame mais um.”
Por:
Val Bahia News, com informações e vídeo de
Marisa | Fotos:
Facebook de Roldão.
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