POLÍTICA / Moro aceita ser Ministro de Bolsonaro, a prova da parcialidade
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Juiz federal Sérgio Moro durante fórum em São Paulo 27/11/2017 REUTERS/Leonardo Benassatto |
“Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão”, acrescentou o juiz, que esteve com Bolsonaro nesta manhã na casa dele, no Rio de Janeiro.
Principal responsável pela operação Lava Jato, Moro disse que vai se afastar de novas audiências no âmbito da operação “para evitar controvérsias desnecessárias”, mas declarou que a Lava Jato seguirá em Curitiba sob comando de outros juízes.
O magistrado viajou de Curitiba para o Rio nesta manhã para se reunir com Bolsonaro. Em breve entrevista durante o voo, Moro disse que entender que o país “precisa de uma agenda anticorrupção e uma agenda anticrime organizado”, e que aceitaria o cargo se ficasse clara a possibilidade de implementação dessa agenda e convergência de ideias com Bolsonaro.
De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, Moro já estava decidido a aceitar e só esperava a garantia formal do próprio presidente eleito com as condições pedidas por ele para assumir o cargo: o comprometimento do governo com a aprovação das 10 medidas contra a corrupção preparadas pelo Ministério Público e a ampliação dos poderes do Ministério da Justiça.
Moro quer que o ministério volte a ser integrado com a segurança pública e passe a abarcar também o Ministério da Transparência, que inclui a Corregedoria-Geral da União. As condições já teriam sido conversadas com a equipe de Bolsonaro antes do encontro entre os dois.
Na Justiça Federal em Curitiba será aberto um processo interno para substituir Moro entre os juízes federais que se candidatarem à vaga, com prioridade para o juiz mais antigo. A informação é que os investigações e processos da Lava Jato não seriam redistribuídos, mas permaneceriam na mesma vara, só que com um novo responsável.
Moro se tornou um símbolo mundial no combate à corrupção em razão da Lava Jato, e foi quem condenou e decretou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por: reuters

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