FEIRA DE SANTANA / Valor do Bolsa Família cai 56% em quatro anos em Feira
O número de beneficiários do programa no município também segue em queda: no mês passado, eram apenas 34.045 famílias atendidas. Em dezembro do ano anterior – já em plena crise econômica – o número alcançava 41,3 mil famílias. Isso significa sete mil famílias a menos – ou quase 30 mil pessoas – público superior à população de centenas de municípios baianos.
Em março de 2013 os repasses alcançaram o auge: R$ 7,080 milhões. Em valores atuais, esse montante representa R$ 9,1 milhões. Em outras palavras, em menos de quatro anos, o valor repassado pelo Bolsa Família em Feira de Santana caiu, em termos reais, cerca de 56%.
A redução dos valores reais reflete a queda na população atendida pelo programa. Segundo o levantamento do Brasil sem Miséria, o auge no volume de beneficiários ocorreu em abril de 2012: 51,5 mil famílias. Hoje, o número só não é inferior àquele observado em maio de 2006: 33,8 mil famílias. No mês seguinte, junho, à época, a soma já ultrapassava 40,3 mil.
Comemoração
A redução soa estranha: ocorre justamente quando 12,4 mil empregos foram extintos na Feira de Santana, no contexto da severa crise econômica que eclodiu no País em meados de 2014. Mais desemprego e menos renda elevam, logicamente, a exposição dos trabalhadores à pobreza e à miséria. Nesse contexto, a necessidade de benefícios sociais se eleva, e não o contrário.
O cenário na Bahia também mostra declínio, mas muito mais suave. O total de famílias beneficiárias, por exemplo, que alcançou 1,835 milhão em fevereiro do ano passado, declinou para 1,772 milhão em dezembro. O patamar atual é próximo ao de 2013, o que evidencia a queda bem menos acentuada.
Os repasses na Bahia, ao contrário, se elevaram a partir do reajuste do ano passado: tinham declinado para R$ 297,5 milhões em junho, mas avançaram para R$ 327,7 milhões em novembro de 2016. Houve a festejada queda no total de famílias, mas o valor subiu em função do aumento concedido pelo atual governo.
A pobreza e a miséria estão se agravando novamente na Feira de Santana. Basta circular pelas ruas da cidade para enxergar os pedintes andrajosos, a informalidade precária, os feirenses aperreados com o desemprego. Seria ótimo se o País estivesse evoluindo e a dependência dos benefícios sociais caísse. Não é, no entanto, o que está acontecendo. Dessa forma, o suporte das políticas de transferência de renda segue essencial.
Por: André Pomponet / www.tribunafeirense.com.br
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