BAHIA / Nível da Barragem de Sobradinho cai para 18% e agrava situação na Bahia
De 28,85% de acúmulo de água, que tinha em 01 de junho, estava,na última segunda-feira, com apenas 18,33% Foto: Internet |
A situação é mais grave do que foi verificada no ano passado, quando o Rio São Francisco enfrentou a até então sua pior seca da história, o que fez com o lago de Sobradinho alcançasse , em janeiro deste ano, um volume útil de água de pouco mais de 1,5%. No final de julho do ano passado o lago estava com 21,5%, maior que o registrado no mesmo período deste ano, quando alcançou 18,64%, caindo para 18,33% na segunda-feira e com perspectivas de mais quedas nos próximos dias.
Preocupada com a constante redução do volume de água da Barragem de Sobradinho, aAgência Nacional de Águas (ANA) mudou as reuniões de avaliações, que eram feitas mensalmente, pa ra serem realizadas à cada 15 dias, como forma de monitorar de forma mais constante a situação do rio. Na última delas, além da manutenção da vazão de Sobradinho, em 800 metros cúbicos por segundo, a ANA determinou que somente em caso de comboios de navegação no Rio São Francisco, essa vazão poderá ser aumentada para o patamar de 1.300 metros cúbicos e somente no trecho entre Sobradinho e o porto de Juazeiro.
Conforme os últimos relatórios da ANA, por causa da seca no Rio São Francisco, desde o último mês de junho que a vazão (saída de água) da Barragem de Sobradinho está sendo mantida em 800 metros cúbicos por segundo, 500 metros cúbicos a menos que o normal. Essa redução deverá ser mantida até o final de setembro, quando uma nova avaliação decidirá se haverá ou não nova redução ou se aguardará a chegada do período de chuvas, previsto para começar em outubro.
No estudo feito pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) - denominado Prognóstico Climático para o Estado da Bahia - Agosto a Outubro de 2016 - a conclusão dos meteorologistas é que “as maiores probabilidades indicam chuvas de normal a abaixo da normal na maior parte da Bahia”, com destaque para o fato de que “no mês de outubro, quando tem início o primeiro período chuvoso do Estado, são esperados eventos de chuvas no Oeste Baiano, com volumes pluviométricos variando entre 40 e 100 milímetros.
Para o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, José Maciel Nunes Oliveira, não há riscos de racionamento de energia este ano no Nordeste, porque existem reservas acumuladas ao longo do ano que garantem o abastecimento. O comitê, contudo, tem outrra preocupação, que é o baixo volume de vazão da barragem, que pode afetar a qualidade da água das populações dos municípios situados logo abaixo, como Juazeiro, Petrolina e Curaçá. Preocupados com a escassez de água, os agricultores do Oeste da Bahia, onde se localizam polos de fruticultura e irrigação, realizaram no último final de semana um seminário para debater os múltiplos usos da água. Com o título de “Uso racional dos recursos hídricos no Oeste da Bahia”, o evento mostrou um cenário preocupante, com o baixo volume dos rios da região, incluindo o Rio Grande, principal afluente do Rio São Francisco na Bahia.
Com a escassez de água, os agricultores já desligaram cerca de 60% dos pivôs centrais. Segundo explicou o diretor da Associação dos Irrigantes da Bahia, Cisino Lopes, não se pode culpar o agronegócio como o vilão da falta de água nos rios. No Oeste da Bahia, a irrigação representa apenas 5% de toda área cultivada na região. “A tecnologia utilizada é de ponta e permite que os equipamentos de rega captem apenas a quantidade exata que a planta precisa para se desenvolver”, disse Cisino.
A associação realiza medições periódicas nos rios, a fim de acompanhar a oscilação do nível hídrico, além de recomendar os produtores a utilizarem de práticas sustentáveis em suas fazendas, como plantio direto, plantio na palha, terraceamento e bacias de contenção, tudo para garantir a infiltração das águas da chuva no solo. “ Para nós, o prejuízo seria imenso se o quadro se agravasse, por isso trabalhamos com responsabilidade”, disse.
O prognóstico de chuvas feito pelo Inmet não é animador. De agosto até outubro a expectativa é de que chova abaixo da média normal história em quase toda a Bahia. A análise contida no documento “Prognóstico Climático para o Estado da Bahia - Agosto a Outubro de 2016”, mostra que na região Oeste do estado, onde estão os três afluentes do Rio São Francisco na Bahia - Carinhanha, Corrente e Grande – deverá chover entre 82 a 128 milímetros (mm). Por: Tribunadabahia
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