NORDESTE / Vaquejadas: Dez razões para ver o premiado filme pernambucano “Boi Neon”

Depois de trilhar uma brilhante carreira em festivais, o longa-metragem pernambucano Boi neon, de Gabriel Mascaro, chega aos cinemas para enfrentar o maior desafio: atrair o público. O filme entra em cartaz no Brasil na próxima semana, mas a estreia será antecipada especialmente no Recife, com uma sessão diária no Cinema São Luiz.

Os atores Juliano Cazarré, Maeve Jinkings e Vinicius Oliveira, entre outros menos conhecidos, estão no elenco como um grupo de vaqueiros responsáveis por transportar bois para vaquejadas. As relações entre eles, os animais e outros personagens que surgem no caminho são retratadas com uma pulsação vibrante, que remexe com os desejos e valores dos espectadores.

DEZ RAZÕES PARA VER BOI NEON NO CINEMA:

1- RESPALDO
Os diretores de O poderoso chefão (Francis Ford Coppola), O silêncio dos inocentes (Jonathan Demme) e O fabuloso destino de Amelie Poulain (Jean-Pierre Jeunet), entre outros importantes cineastas (Naomi Kawase, Claire Denis, Jia Zhangke) viram, elogiaram e premiaram Boi neon.

2- CONQUISTAS
O filme foi premiado nas últimas edições dos festivais de Veneza e Toronto, onde alguns dos favoritos ao Oscar deste ano foram lançados. No total, Boi neon foi selecionado para 26 festivais nacionais e internacionais, nos quais recebeu 15 prêmios entre setembro e dezembro.

3- PROVOCAÇÕES
Com naturalidade, Boi neon quebra preconceitos e estereótipos sobre homens e mulheres: uma caminhoneira não precisa ser masculinizada; vaqueiros podem gostar de costurar e fazer chapinha no cabelo sem que suas sexualidades sejam questionadas; uma família não precisa ser formada por pai, mãe e filhos; uma grávida pode ser solteira, paquerar, transar e seduzir à vontade.

4- UNIVERSALIDADE
Boi neon é considerado um filme pernambucano, mas é uma co-produção entre Brasil, Uruguai e Holanda, realizado com a participação de artistas de diversos países, como a atriz transexual uruguaia Abigail Pereira, a produtora inglesa Rachel Daisy Ellis, o diretor de fotografia mexicano Diego Garcia e o montador uruguaio Fernando Epstein.

5- PRODUTIVIDADE
Este é o sexto longa-metragem dirigido por Gabriel Mascaro em menos de dez anos. Todos participaram de alguns dos mais importantes festivais nacionais ou internacionais. Nenhum cineasta brasileiro faz tantos filmes em tão pouco tempo, com resultados tão bons. Aos 32 anos de idade, ele já dirigiu os longas Ventos de agosto (2014), Doméstica (2012), Avenida Brasília Formosa (2010), Um lugar ao sol (2009) e KFZ-1348 (2008, dirigido junto com Marcelo Pedroso), além de curtas e trabalhos apresentados no circuito internacional de arte contemporânea.

6- LOCAÇÕES
Filmado principalmente nas cidades de Picuí, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, além de outras localidades dos arredores, Boi neon explora paisagens e ambientes naturais, culturais e econômicas que ainda não haviam sido levadas ao cinema, com as vaquejadas e o polo têxtil do agreste.

7- ELENCO
Além dos atores profissionais Juliano Cazarré, Maeve Jinkings, Vinicius Oliveira, Samy de Lavor e Abigail Pereira, o filme revela novos talentos, como Alyne Santana, Carlos Pessoa e Josinaldo Alves, que roubam a cena quando aparecem. A preparação do elenco foi feita por Fátima Toledo, que trabalhou em Cidade de Deus.

8- CRÍTICAS
Boi neon foi tema de textos veiculados em algumas da principais publicações internacionais especializadas em cinema, como a Variety, a Hollywood Reporter, a Screen Daily e a Indie Wire. Na Art Forum, uma das principais revistas de arte contemporânea do mundo, o filme ficou entre os dez melhores do ano.

9- ANIMAIS
Sem fazer críticas explícitas, o filme faz o público pensar sobre a maneira como os bois e vacas são tratados nas vaquejadas e nos currais do interior do Nordeste (assim como ocorre nos rodeios dos EUA ou nas touradas espanholas). Ao mesmo tempo, as cenas sugerem uma integração orgânica entre homens e animais, com bastante intensidade corporal.

10- TRILHA SONORA
Canções da banda Mastruz com Leite e da dupla Os Nonatos, bastante famosos no Nordeste, estão na trilha sonora, junto com músicas produzidas especialmente para o filme pela dupla pernambucana Nascinegro e pelo compositor paranaense Otavio Santos. Fonte: Diário de Pernambuco
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