A Justiça o condenou a 27 anos e três meses de prisão, marcando um dos capítulos mais duros da política recente.
A Polícia Federal esteve na casa de Jair Bolsonaro (PL) na manhã deste sábado (22), em Brasília, e efetuou a prisão do ex-presidente na etapa final do processo sobre a trama golpista.
O ex-presidente cumpria prisão domiciliar quando a Polícia Federal o levou após a Justiça decretar a prisão preventiva, sob argumento de necessidade para garantir a ordem pública. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.
Na sexta-feira (21), a defesa apresentou ao STF um pedido para que ele permanecesse em casa. Na petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes, os advogados citaram problemas de saúde e alegaram risco à vida do ex-presidente. Eles solicitaram que Bolsonaro continuasse em prisão domiciliar, regime em que estava desde 4 de agosto.
A decisão de Alexandre de Moraes levou à prisão preventiva de Jair Bolsonaro neste sábado em Brasília. O ministro citou risco de fuga para embaixadas e violação da tornozeleira eletrônica, enquanto o ex-presidente aguarda o desfecho do processo sobre a trama golpista e a pena de 27 anos.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), apontou o risco de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao determinar sua prisão preventiva neste sábado (22).
Segundo o ministro, a tornozeleira eletrônica que Bolsonaro usa desde julho deste ano foi violada no início da madrugada. Moraes afirma que este seria um indício de que o ex-presidente poderia fugir, aproveitando o que seria uma movimentação diante do condomínio em que ele vive, durante uma vigília convocada por um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
"O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a esta Suprema Corte a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro, às 0h08min do dia 22/11/2025", afirma Moraes na decisão que determinou a prisão preventiva.
"A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho", acrescenta o ministro.
Moraes diz também que Bolsonaro poderia buscar abrigo na embaixada dos EUA para evitar sua prisão, dias antes do fim do processo da trama golpista e início do cumprimento de sua pena de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado.
"Importante destacar, ainda, que o condomínio do réu está localizado a cerca de 13 km (treze quilômetros) do Setor de Embaixadas Sul de Brasília/DF, onde fica localizada a embaixada dos Estados Unidos da América, em uma distância que pode ser percorrida em cerca de 15 (quinze) minutos de carro", diz Moraes.
O ministro afirma ainda que Bolsonaro teria planejado uma "fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político àquele país".
A Polícia Federal prendeu Bolsonaro preventivamente na manhã deste sábado (22), em Brasília, na reta final do processo da trama golpista.
O ex-presidente estava em regime domiciliar desde 4 de agosto e foi levado pela PF após a decretação da prisão preventiva, sob justificativa de garantia da ordem pública. Uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho dele, para a noite deste sábado, motivou a decisão.
Em nota, a PF disse que cumpriu mandado de prisão preventiva por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), que tem Alexandre de Moraes como relator do processo.
A PF chegou à casa de Bolsonaro por volta das 6h, em comboio com ao menos cinco carros. O ex-presidente foi levado cerca de 20 minutos depois para a Superintendência da PF, onde ficará preso.
A defesa do ex-presidente foi procurada, mas ainda não comentou. Segundo aliados, Bolsonaro estava soluçando, mas sereno quando foi preso.
Bolsonaro disse a agente que tentou abrir tornozeleira com 'ferro quente'
Na tarde deste sábado (22), Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro esclareça o motivo de ele ter tentado avariar a tornozeleira eletrônica. A informação inicial era de que Bolsonaro havia batido o dispositivo na escada.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a uma agente que fez uso de "ferro quente" para tentar abrir sua tornozeleira eletrônica. A declaração está registrada em vídeo e num relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal.
A tentativa de violação foi um dos pontos citados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao determinar a prisão do ex-presidente.
Na tarde deste sábado (22), Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro esclareça o motivo de ele ter tentado avariar a tornozeleira eletrônica.
"O equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria. Havia marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe/fechamento do case. No momento da análise o monitorado foi questionado acerca do instrumento utilizado", diz o documento da Seape, assinado por Rita Gaio, diretora adjunta do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica.
De acordo com o documento, a informação inicial era de que Bolsonaro havia batido o dispositivo na escada.
Mas, após a entrada da servidora da secretaria no local, "a tornozeleira não apresentava sinais de choque em escada".
Em vídeo, a servidora da administração penitenciárias do DF pergunta a Bolsonaro que hora ele teria começado a tentar violar a tornozeleira. O ex-presidente respondeu que no final da tarde.
Bolsonaro culpa remédios por ter mexido em tornozeleira, cita 'paranoia' e tem prisão mantida
Após a audiência, uma juíza auxiliar do STF (Supremo Tribunal Federal) validou e manteve a prisão preventiva de Bolsonaro. A ata da audiência diz que Bolsonaro afirmou que a paranoia aconteceu porque "tem tomado medicamentos receitados por médicos diferentes e que interagiram de forma inadequada (Pregabalina e Sertralina)".
Ao passar por audiência de custódia neste domingo (23) na superintendência da Polícia Federal em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que tentou abrir a tornozeleira eletrônica na sexta (21) porque teve uma "certa paranoia" devido ao uso de medicamentos e que só "caiu na razão" à meia-noite.
Após a audiência, uma juíza auxiliar do STF (Supremo Tribunal Federal) validou e manteve a prisão preventiva de Bolsonaro.
A ata da audiência diz que Bolsonaro afirmou que a paranoia aconteceu porque "tem tomado medicamentos receitados por médicos diferentes e que interagiram de forma inadequada (Pregabalina e Sertralina)".
Segundo o ex-presidente, ele tem "sono picado" e não dorme direito, e resolveu mexer na tornozeleira com um ferro de soldar, "pois tem curso de operação desse tipo de equipamento".
Ele disse que, ao voltar à razão, parou o uso da solda e comunicou aos agentes de custódia.
"O depoente afirmou que estava acompanhado de sua filha, de seu irmão mais velho e um assessor na sua casa e nenhum deles viu a ação do depoente com a tornozeleira. Afirmou que começou a mexer com a tornozeleira tarde da noite e parou por volta de meia-noite", diz a ata.
"Informou que as demais pessoas que estavam na casa dormiam e que ninguém percebeu qualquer movimentação. O depoente afirmou que estava com 'alucinação' de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa. O depoente afirmou que não se lembra de surto dessa natureza em outra ocasião", continua o documento.
Na audiência, Bolsonaro disse que começou a tormar um dos remédios cerca de quatro dias antes da sua prisão.
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