A Bahia está com 101 municípios com decretos de emergência por seca/estiagem reconhecidos pelo estado e 97 com reconhecimento também pela Defesa Civil nacional, atingindo diretamente uma população de mais de um milhão de pessoas que necessitam de água através de programas da União e do Estado.
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Barragem João Durval Carneiro com volume útil de apenas 0,60% | Foto: Val Bahia, ano de 2021 |
Nesta situação estão os moradores do município de Remanso, vizinho ao Lago de Sobradinho, que enfrentam sérias dificuldades de acordo com o diretor do Sindicato dos Produtores Rurais de Remanso, João Neto.
Ele afirmou que na última temporada as chuvas não caíram conforme o esperado e por isso muitas lagoas, aguadas e barragens estão secando totalmente. Ele citou como exemplos a Lagoa da comunidade de Igarapé e a barragem da comunidade dos Negros, um dos maiores reservatórios da zona rural do município.
Segundo o diretor sindical, este ano não teve colheita, porque as chuvas esperadas para os primeiros meses do ano não foram suficientes e as sementes que plantaram foram perdidas. Disse ainda que o custo de ração para manter os animais “está alto demais e muitos produtores rurais não sabem o que fazer”.
Na região do Sertão do São Francisco, Remanso, tem decretos de emergência por seca, reconhecida pelo estado e pela União. A distribuição de água acontece pela Operação Carro Pipa através do Exército. “Mas não chega em todas as casas e está uma loucura a procura por água”, enfatizou Neto.
O produtor rural pontuou que “tem muita água ainda no rio São Francisco, apesar de estar baixando também. O problema é que esta água não chega nas nossas comunidades”, criticou. Segundo João Neto, a esperança é para chuvas no final de outubro e novembro. “Se chover bem, melhora em 70% o sofrimento da população”, concluiu.
Embora a maioria dos municípios que enfrentam a situação de seca no estado seja atendida pelo Programa do Exército, 18 municípios baianos recebem água através do programa do governo estadual.
Incêndios florestais
Além da seca, que é um problema cíclico em diversas regiões onde não chove por vários meses do ano com reflexo na sobrevivência da população, o clima deste período favorece ainda os incêndios florestais.
De acordo com o programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) este ano já foram detectados 13.558 focos de calor na Bahia. O aumento foi de 112% em relação ao mesmo período de 2020, quando 6.389 focos foram registrados pelo programa.
Essa condição levou o estado a declarar situação de emergência por causa dos incêndios em 16 municípios, principalmente das regiões Oeste, Chapada, Vale do São Francisco e Sudoeste.
Com vigência até 11 de janeiro de 2022, o decreto proíbe qualquer atividade com potencial de geração de novos focos de incêndio, autoriza a mobilização de todos os órgãos estaduais e a convocação de voluntários, bem como dispensa de licitação para aquisição de bens, de prestação de serviços e de obras relacionadas ao combate das queimadas.
Por:
atarde
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