MEIO AMBIENTE / Governo Bolsonaro libera 152 novos agrotóxicos em seus 100 primeiros dias
Fotos Públicas / Palácio Piratini / Camila Domingues |
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falou sobre os novos produtos em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. A ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, organização que reúne a bancada ruralista no Congresso, disse que muitos dos problemas ligados aos agrotóxicos acontecem porque os agricultores não utilizam os equipamentos de proteção de maneira correta.
Cristina também falou sobre o glifosato, agrotóxico classificado como potencialmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer. Segundo a ministra, para o glifosato ser abandonado é necessário encontrar um substituto.
A Sputnik Brasil entrevistou dois especialistas para entender o atual quadro dos agrotóxicos no Brasil.
Segundo José Eduardo Wanderley Cavalcanti, fundador e diretor da empresa Ambiental do Brasil, existem muitas "informações desencontradas" sobre o uso de pesticidas. Cavalcanti defende que grande parte dos produtos liberados são extensões de agrotóxicos que já eram utilizados.
Ele diz que os agrotóxicos estavam "represados" nas administrações anteriores e que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é lenta em suas análises dos produtos.
Para Cavalcanti, a discussão sobre os riscos cancerígenos do glifosato é uma questão "superada".
Sobre casos de alimentos que chegam contaminados à mesa dos brasileiros, Manfrinato diz que estes casos mostram que há falhas nos órgãos de fiscalização.
"As notícias de que estamos recebendo no Brasil de que um grande número de alimentos estão chegando contaminados à mesa não é, obviamente, culpa do produto químico, mas é da cadeia, da sequência de responsabilidades que nós temos que observar."
O engenheiro agrônomo ressalta que o Brasil precisa "ponderar" seu uso de pesticidas porque pode perder mercados no exterior por conta do uso intensivo de agrotóxicos.
Por: sputniknews
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