MEIO AMBIENTE / Dow Química retira funcionários de área próxima a cratera em Vera Cruz
Foto: OrtoPixel – Soluções com Drones, Geotecnologias e Arquitetura |
De acordo com a companhia, os funcionários foram retirados no dia 8 deste mês após uma “decisão conservadora”.
“Apesar de os estudos que mostram a remota possibilidade da formação de um sinkhole e das tecnologias de monitoramento em tempo real utilizadas, a Dow adotou uma postura altamente conservadora reduzindo preventivamente – e com efeito imediato - o número de pessoas que trabalham e circulam nas áreas administrativas de nossa operação em Matarandiba e próximas aos poços de extração de salgema desativados na década de 1980 para o mínimo possível, para atender uma das solicitações do Inema. Atualmente, nove funcionários e 21 contratados atuam na operação em Matarandiba”, disse, em resposta ao Metro1.
Com esta medida, seis pessoas terão acesso à área de circulação restrita, sendo quatro com permanência apenas esporádica, de acordo com requerimentos operacionais. Os demais desempenharão normalmente as funções, mas em área remota.
Ainda de acordo com a Dow Química, o buraco não causa risco à vila de Matarandiba. A erosão, no entanto, continua a crescer. A medida de reduzir o pessoal na área, diz a empresa, “seguirá válida até que estudos adicionais sejam concluídos”.
“A redução preventiva da circulação na área foi estruturada de forma a reduzir qualquer potencial impacto na segurança e sustentabilidade das pessoas, meio ambiente e operações da Ilha. Importante destacar que a ação não implica em perda de empregos ou redução do quadro de funcionários na operação da unidade de Matarandiba (Dow e contratados). As operações seguem normalmente, sem qualquer impacto à produção”.
Ainda com causas desconhecidas, a abertura do evento foi identificada em 30 de maio de 2018. De acordo com a Dow, o buraco é um fenômeno geológico conhecido como "vazio subterrâneo" (sinkhole, em inglês), cujas causas ainda não foram esclarecidas. Especula-se, entre outras coisas, que a extração de salgema feita pela empresa na área tenha contribuído ou causado para o aparecimento da falha.
Pós-doutor em Geofísica e professor da Universidade Federal da Bahia, Marco Antonio Barsottelli Botelho diz que o acontecimento é inédito no mundo e precisa ainda ser melhor explicado.
Em Maceió, um buraco parecido com o que apareceu na Bahia ameaça todo um bairro. De acordo com o Jornal Nacional, um relatório do Serviço Geológico do Brasil recomendou um plano de emergência para atender os moradores do bairro do Pinheiro. Três pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil chegaram nesta quarta a Maceió para avaliar o que pode estar causando o afundamento do Pinheiro. Entre as hipóteses estão: o surgimento de uma dolina, um fenômeno geológico que ocorre quando parte do solo cede formando uma cratera; a localização do bairro em uma área tectonicamente ativa e a exploração de salgema na região.
Por: metro1
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