POLÍTICA / Bolsonaro diz estar bem e se recuperando: o que se sabe sobre o ataque

Depois de ser transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) afirmou na tarde nesta sexta-feira (7) estar bem e "se recuperando". Em publicação nas redes sociais, o deputado federal agradeceu a Deus e à família.
TWITTER / REPRODUÇÃO
"Agradeço do fundo do meu coração a Deus, minha esposa e filhos, que estão ao meu lado, aos médicos que cuidam de mim e que são essenciais para que eu pudesse continuar com vocês aqui na terra, e a todos pelo apoio e orações!", escreveu.

Bolsonaro foi agredido com uma facada por volta das 16h de quinta-feira. O incidente aconteceu na cidade de Juiz de Fora (MG), enquanto o deputado era carregado por apoiadores em meio a uma multidão, durante um evento de campanha.

O suspeito de ser o autor do atentado, Adelio Bispo de Oliveira, 40, está sendo investigado pela Polícia Federal pelo crime de "atentado pessoal por inconformismo político" com base no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional.

Logo após o ataque, Bolsonaro foi encaminhado ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, onde foi operado e depois encaminhado para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo a equipe médica, o candidato apresenta quadro estável e está consciente. Às 8h30 da manhã desta sexta-feira, ele foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

A diretora médica da Santa Casa de Misericórdia, Eunice Dantas, disse que o candidato está respondendo bem à cirurgia e teve uma recuperação considerável. Segundo a médica, o candidato deve usar uma bolsa de colonostomia para coletaz fezes por dois a três meses. Depois desse período, será realizada uma nova cirurgia para reparar o trecho do intestino afetado pela facada.

Apoio de familiares e colegas
Ao longo desta sexta-feira, Bolsonaro recebeu visitas de familiares e correligionários no hospital. Além dos filhos e da esposa, estiveram no local os deputados Major Olímpio (PSL-SP) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), além do senador Magno Malta (PR-ES). O presidente do PSL, Gustavo Bebiano, também está no hospital Albert Einstein. Janaína Paschoal, candidata a deputada estadual pelo PSL em São Paulo e que chegou a ser convidada para ser candidata a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, também visitou o presidenciável.

Apesar das visitas, só os filhos e a mulher do deputado estão autorizados a entrar na sala da UTI.

No começo da tarde de hoje, Bebiano, Carlos Bolsonaro e Onyx Lorenzoni fizeram uma reunião breve para decidir como prosseguir com a campanha - A expectativa é de que ele passe ao menos dez dias internado, segundo correligionários.

"Na medida em que a saúde dele melhore, nós vamos retomar sim a campanha em todo o Brasil, pela vitória já no primeiro turno", disse Major Olímpio.

"Parecia uma bolada de futebol"
"Quando recobrou a consciência, ele reconheceu os filhos", afirmou o médico Luiz Henrique Borsato, da equipe de cirurgia geral da Santa Casa, em coletiva de imprensa na noite de quinta-feira.

Em vídeo gravado pelo senador Magno Malta (PR-ES), que visitou Bolsonaro no hospital, o candidato descreveu o que sentiu no momento da facada.

"Estava preocupado porque parecia apenas uma pancada na boca do estômago. Já levamos bolada no futebol. A dor era insuportável e parecia que tinha algo mais grave acontecendo. Essa equipe maravilhosa e abençoada. Foi Deus que evitou que o mal maior acontecesse", disse ele, deitado no leito do hospital e cercado pelos filhos Flávio e Eduardo.

O candidato também diz que "se preparava para um momento como esse, porque você corre riscos". "Mas de vez em quando a gente duvida que o cérebro do ser humano é tão mau assim. Eu nunca fiz mal a ninguém", afirmou.

Nas imagens, Bolsonaro agradece à equipe médica, à família e lamenta que não vai poder comparecer às comemorações pelo 7 de Setembro. "Obrigado a Ele e a todo o Brasil por ter colocado as pessoas certas nesse dia, às vésperas do 7 de setembro. Infelizmente não vou poder comparecer amanhã na Presidente Vargas, no desfile de 7 de setembro."

Detalhes da cirurgia
Em coletiva de imprensa na noite desta quinta, Borsato afirmou que Bolsonaro foi vítima de traumatismo abdominal causado por uma arma branca, que penetrou o seu abdômen. O médico afirmou que não foi confirmada lesão no fígado, como chegou a ser dito por pessoas próximas ao candidato. Ele deu entrada com sinais de choque, segundo o médico, e passou por cirurgia de emergência.

"Nas primeiras horas após a cirurgia, a recuperação tem sido muito satisfatória", afirma o médico, que, no entanto, diz que o ferimento atrapalhará as atividades de campanha. "Nesse momento, cirurgia inviabiliza campanha, ainda não há previsão do tempo de hospitalização. No mínimo uma semana ou 10 dias", prevê.
Apoiadores de Bolsonaro fazem vigília em frente ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, onde candidato ficou internado. REUTERS
Ainda de acordo com o hospital, o candidato teve três perfurações no intestino delgado e uma lesão grave no intestino grosso, com contaminação de fezes no interior da cavidade abdominal. Foi realizada uma colostomia no paciente, com uma bolsa coletora para excreção temporária de fezes, em razão da gravidade da situação.

"Normalmente, na Santa Casa, optamos por não deixar bolsa por tempo superior a dois meses, até que o paciente esteja plenamento recuperado", afirmou Borsato, que ressaltou que ainda não há previsão de quanto tempo o presidenciável precisará da bolsa. "As lesões que causavam risco de vida foram controladas e corrigidas durante a cirurgia, mas complicações ainda podem acontecer", diz.

Renato Vilela Loures, presidente da Santa Casa, disse na quinta à noite que a equipe prevê "uma recuperação bastante rápida, em tempo bastante curto". Bolsonaro chegou ao hospital sem colete de proteção, vestindo uma camisa amarela, segundo Loures.

Apoiadores do candidato fizeram vigílias em frente à instituição e em outras localidades do Brasil, como na Avenida Paulista, em São Paulo.

Prisão feita por policial à paisana
O atentado aconteceu no centro de Juiz de Fora, na esquina das ruas Halfeld e Batista de Queiroz.

A BBC News Brasil teve acesso ao conteúdo do Boletim de Ocorrência do incidente. Ele informa, entre outros detalhes, que o suspeito do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso por um policial de folga e à paisana que acompanhava o comício.

O agente manteve Oliveira dentro de um prédio até a chegada de reforços, já que pessoas presentes no local gritavam palavras como "vai morrer, vai morrer!" para Adélio.

Uma voluntária que participou da organização do comício contou à BBC News Brasil que a segurança do candidato sempre foi uma preocupação - por isso, a visita a Juiz de Fora só foi divulgada na terça-feira.

O incidente mudou a rotina da cidade mineira.
Jair Bolsonaro após o atentado, em Juiz de Fora (MG). RAYSA LEITE / AFP
"Eu vi o calçadão de Juiz de Fora lotado de gente, muitos jovens ovacionando o Bolsonaro, que estava sendo carregado por uma pessoa. Ele estava sentado no ombro de uma pessoa. Ele estava posando para fotos, dando adeus e sorrindo. A população estava gritando o hino nacional, gritando 'Eu vim aqui de graça' e gritando o nome dele", disse à reportagem uma pessoa que presenciou o ocorrido.

"Foi quando uma pessoa entrou no meio da multidão e deu uma facada. Foi uma confusão. A cidade depois disso ficou um alvoroço. Muito policiamento. As pessoas estão muito agitadas e o centro da cidade está lotado", disse ela, que preferiu não se identificar.

Todos os candidatos à Presidência da República repudiaram o ataque na tarde desta quinta-feira.

Desde o começo oficial da campanha, Bolsonaro é acompanhado por uma escolta de policiais federais - uma prerrogativa de todos os candidatos à presidência da República.

Procurada pela BBC News Brasil, a Polícia Federal disse que tem por norma não prestar nenhuma informação sobre esta equipe. A PF também informou que já instaurou um inquérito para apurar o crime.
Apoiadores de Bolsonaro fazem vigília em São Paulo; candidato foi transferido para hospital Albert Einstein, na capital paulista. EPA
Motivação pessoal, não partidária
Segundo a polícia, o suspeito do crime chama-se Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos de idade. A faca usada no crime também foi apreendida.

Em seu depoimento à Polícia Militar de Minas, Adélio disse que atacou Bolsonaro motivado por "questões pessoais".

"Ele alegou que não tem nenhuma filiação partidária. Disse que foi questões pessoais dele contra o Bolsonaro", disse o coronel da PM, Alexandre Nocelli.

Nas redes sociais, Oliveira postava teorias sobre a maçonaria, fotos em manifestações de esquerda e ataques a Bolsonaro.

A base de dados da Justiça Eleitoral mostra que ele já foi filiado ao PSOL em Uberaba - a filiação ocorreu em maio de 2007, mas consta como "cancelada".

Adélio já tinha sido preso em 2013 por lesão corporal, segundo o major da Polícia Militar de Minas Flavio Santiago.

Por volta das 20h de quinta-feira, a Polícia Militar informou que uma segunda pessoa foi presa por incitação à violência - ela teria incentivado ataques aos apoiadores de Bolsonaro. Segundo a PM mineira, não há informações sobre o envolvimento desta segunda pessoa no atentado.

Às 3 da manhã desta sexta, Bispo foi transferido da delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora para o CERESP (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) da cidade.

Por: bbc
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