POLÍTICA / BOLSONARO FAZ ACENO TOSCO ÀS MULHERES E É NOCAUTEADO POR MARINA
Bolsonaro e Marina no debate da RedeTV! P. WHITAKER REUTERS |
O militar ficou sem reação, para conter sua agressividade, embora tenha tentado reagir. “Temos aqui uma evangélica que defende um plebiscito sobre o aborto e a legalização das drogas”, disse ele. Mas já era tarde. Bolsonaro sugeriu que trata bem sim as mulheres, inclusive propondo que se defendam com a posse de armas. Num vídeo de sua campanha sugeriu que a posse de armas era o verdadeiro empoderamento feminino, expondo ignorância para falar com o público que até pouco representava 41% dos indecisos, em pesquisas estimuladas (quando os potenciais candidatos são apresentados a um entrevistado), contra 25% dos homens. É um problema sério para Bolsonaro, que tem 26% das preferências do eleitor masculino, mas somente 8% do feminino.
Embora venha tentando modular suas falas, tem pouco espaço para fazer crer que sua preocupação seja verdadeira. Um dia antes do debate na RedeTV!, os presidenciáveis haviam sido convidados pelo grupo Mulheres do Brasil a participar de uma conversa com representantes femininas para falar sobre assuntos relativos ao universo feminino. O evento, comandado pela empresária Luiza Trajano, contou com a presença de sete presidenciáveis, incluindo Marina Silva, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Álvaro Dias e Henrique Meirelles. E Bolsonaro? Não teve agenda para atender ao convite. Em seu programa de governo de 81 páginas, registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), só há menção à palavra mulher uma única vez num quadro sobre estupros, crime este citado para justificar endurecimento de penas.
Ao longo do debate desta sexta à noite, o candidato do PSL negou que alguma vez tivesse dito que mulheres poderiam ganhar menos que os homens. Porém, foi num programa da mesma emissora, numa entrevista à apresentadora Luciana Gimenez, em 2016, que ele afirmou que “tem muita mulher que é competente”, numa frase que deixava antever sua dificuldade de ser firme para deixar de diferenciar competência por sexo. É ainda mais forte a imagem dele xingando uma jornalista, em 2014, dizendo que ela era “até bonita”, mas “você é uma idiota”. Seu embate com a deputada Maria do Rosário (PT-RS) também formou o rótulo de machista que o acompanha e difícil de apagar, como explicou a antropóloga Rosana Pinheiro-Machado em entrevista ao EL PAÍS.
A cola de Bolsonaro |
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