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Todos que fizeram o impeachment estão envolvidos em corrupção”. A frase, com tons premonitórios, foi dita pela ex-presidente Dilma Rousseff à rede de TV americana CNN, em 27 de abril de 2016, exatos dez dias após a Câmara dos Deputados
autorizar a instauração de seu processo de afastamento. Em 2017, alguns daqueles personagens tiveram suas incoerências políticas evidenciadas e se viram envolvidos em escândalos.
The Intercept Brasil fez uma lista de cinco casos emblemáticos, relembrando o que eles disseram contra Dilma e como viram seus telhados de vidros ruírem no ano que se encerra.
Carlos Gaguim (Podemos-TO), o “sinal de esperança”
Na noite do impeachment, o deputado Carlos Gaguim (Podemos/TO) afirmou que a retirada de Dilma do poder representaria um sinal de “
esperança” ao Brasil. Ex-governador do Tocantins, Gaguim
foi alvo de uma operação da Polícia Federal no último dia 13 de dezembro. Ele é investigado por um suposto esquema de corrupção que teria desviado dinheiro público de obras de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins. Os contratos sob suspeita ultrapassaram R$ 850 milhões.
Dois dias após a operação da PF, Gaguim
foi condenado à perda do mandato e suspensão dos direitos políticos. A acusação é de ter usado contrato de ouvidoria do Tocantins, à época que era governador em 2010, para fazer pesquisa eleitoral. Ainda cabe recurso.
Bruno Araújo (PSDB-PE), o voto 342
Alçado a ministro de Michel Temer, Bruno Araújo (PSDB-PE) não demorou para cair na malha-fina da Lava-Jato. É investigado no STF
no inquérito 4391 suspeito de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, após três delatores afirmarem que Araújo recebeu repasses não contabilizados de R$
600 mil da Odebrecht entre 2010 e 2012 a pretexto de doação eleitoral, quando era deputado federal. De acordo com o inquérito, o deputado teria agido em defesa dos interesses da empresa no Congresso.
O tucano Bruno Araújo deu o voto 342 que ratificou o impeachment de Dilma. À época, o voto contrário à petista foi justificado pelo deputado como o “grito de esperança de milhões de brasileiros”.
Aécio Neves (PSDB-MG), “tantos erros cometidos”
Quando o impeachment de Dilma já estava em estado terminal no Senado, Aécio Neves chegou a
recomendar que a petista “
deveria pedir desculpas ao país por tantos erros cometidos”.
Em 2017, o congressista foi pego em escutas telefônicas solicitando
R$ 2 milhões a Joesley Batista. O grampo rendeu a Aécio a suspensão de seu mandato, o recolhimento noturno além da prisão do primo, Frederico Pacheco e da irmã, Andrea Neves. Tanto as prisões quanto a suspensão do mandato foram posteriormente revistas pelo judiciário.
Shéridan (PSDB-RR), esperança roubada e bens bloqueados
No dia da votação do impeachment, a congressista afirmou que votaria sim “pelo resgate da esperança que foi roubada do povo brasileiro”.
Agora, responde no Supremo Tribunal Federal (STF) à investigação no
inquérito 3975, que apura um suposto favorecimento a eleitores de Roraima, como pagamento de multas de trânsito e por ter incluindo eleitores em pagamentos sociais do governo.
Wladimir Costa (SD-PA), o deputado da tatuagem
Na última terça (20), Wladimir Costa (SD-PA)
foi condenado pelo TRE do estado por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. O deputado ficou conhecido este ano após tatuar o nome de Michel Temer no braço e defendê-lo a unhas e dentes nas duas denúncias criminais em tramitação na Câmara.
Com a bandeira do Pará nas costas, no dia da votação do impeachment de Dilma, protagonizou um dos shows ridículos no picadeiro da Câmara chegando a disparar um rojão de papel picado no meio do plenário.
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