SAÚDE / Metade dos casos de febre amarela está na região afetada pela lama da Samarco
A região de Coronel Fabriciano tem 13 mortes confirmadas, a de Manhumirim, 11, e de Governador Valadares, 8 |
Na região de Coronel Fabriciano foram confirmados casos em Bom Jesus do Galho (3), Caratinga (23), Entre Folhas (4), Imbé de Minas (9), Inhapim (4), Piedade de Caratinga (9), Santa Bárbara do Leste (4) e Ubaporanga (6). Na de Governador Valadares, há confirmação em Água Boa (1), Alvarenga (2), Itanhomi (1), Itueta (2), José Raydan (3), Resplendor (1), Santa Maria do Suaçuí (2), Santa Rita do Itueto (5), São José do Jacuri (1) e São Sebastião do Maranhão (8).
Há casos confirmados também na região de Manhumirim: Chalé (2), Conceição de Ipanema (1), Durandé (1), Ipanema (12), Lajinha (7), Manhuaçu (3), Martins Soares (1), Mutum (3), Pocrane (1), Reduto (1), Santana do Manhuaçu (2) e Simonésia (8).
Os municípios da Bacia concentram 32 das 99 mortes confirmadas por febre amarela. Alvarenga (1), Conceição de Ipanema (1), Entre Folhas (1), Imbé de Minas (2), Inhapim (2), Ipanema (5), Itueta (1), José Raydan (2), Piedade de Caratinga (6), Pocrane (1), Reduto (1) Santa Rita do Itueto (2), São Sebastião do Maranhão (2), Simonésia (3) e Ubaporanga (2).
O estado é o mais afetado pelo surto da doença, segundo o Ministério da Saúde. As cidades mineiras de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni foram decretadas em situação de emergência pelo Ministério da Integração Nacional, conforme publicado no Diário Oficial da União, no último dia 20.
Embora não seja confirmada por autoridades e não haja estudos a respeito, a relação entre o surto de febre amarela e o desequilíbrio ecológico causado pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, em novembro de 2015, não é descartado.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no começo de janeiro, a bióloga e coordenadora da Plataforma Institucional de Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz, Márcia Chame, afirmou que desequilíbrios ecológicos têm impacto na saúde dos animais. É o que pode ter acontecido.
A lama contaminada que avançou pelo rio e afluentes, depositando toneladas de partículas tóxicas no leito, matando peixes e outros animais, afetou a dieta dos macacos, tornando-os mais suscetíveis a doenças – inclusive a febre amarela. A bióloga lembrou que a região já enfrentava impacto ambiental importante por causa da mineração. Além de Minas, houve confirmação de mortes de macacos também em Colatina, no Espírito Santo, que também foi afetado pela lama.
A população da Bacia do Rio Doce, estimada em torno de 3,5 milhões de habitantes, está distribuída em 228 municípios, sendo 202 mineiros e 26 capixabas. Mais de 85% desses municípios têm até 20 mil habitantes e cerca de 73% da população total da bacia concentra-se na área urbana, segundo dados de 2007. Nos municípios com até 10 mil habitantes, 47,75% da população vivem na área rural. As bacias do Piranga e do Piracicaba, com o maior Produto Interno Bruto (PIB) industrial, concentram aproximadamente 48% da população total.
De acordo com o governo mineiro, ocorreram surtos de febre amarela em 2001, na região centro-oeste do estado, com 32 casos confirmados e 16 mortes. E em 2003, houve surto no Alto Jequitinhonha, atingindo seis municípios. Foram 64 casos, com 23 mortes. Em 2008 e 2009, foram confirmados dois casos da doença em macacos. De 2010 para cá, não havia registro da febre em humanos.
Por: www.redebrasilatual.com.br
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