FIQUE SABENDO! / MICHEL TEMER DIZ QUE IMPEACHMENT ACONTECEU PORQUE DILMA REJEITOU ‘PONTE PARA O FUTURO’
Na sede da Sociedade Americana/Conselho das Américas (AS/COA), em Nova York, nesta quarta-feira, dia 21, Temer disse que ele e seu partido começaram a articular o afastamento de Rousseff em consequência direta da não aceitação do programa neoliberal do PMDB pela ex-presidente.
O “Ponte para o futuro” prescreve a desvinculação dos recursos da saúde e da educação, desindexação dos benefícios e do salário mínimo, mudança de idade para a aposentadoria, parcerias com o setor privado e abertura comercial. Essas ideias estavam claramente refletidas na fala de Temer na AS/COA, que visava dar seguimento à incansável empreitada de privatizações e facilitação da entrada do capital estrangeiro no país, listando as vantagens e garantias que seu governo planeja implementar para assegurar o lucro dos membros da plateia, que o ouviam (não tão atentamente) enquanto desfrutavam de suas refeições.
Marcadas pelos já conhecidos eufemismos neoliberais para o que poderia simplesmente chamar de venda do patrimônio nacional, as garantias listadas pelo presidente incluíram a “universalização do mercado brasileiro”, o “restabelecimento da confiança”, uma tal “estabilidade política extraordinária”, parcerias entre os setores público e privado e o avanço de reformas “fundamentais” nas áreas trabalhista, previdenciária e de gastos do governo. “Venho aqui convidá-los a participar dessa nova fase de crescimento do país,” concluiu em tom de leilão.
Os dois grupos são compostos por representantes de corporações multinacionais e membros do estabelecimento de política exterior dos EUA em América Latina. Foram fundados pelo industrialista americano David Rockefeller e têm John Negroponte como presidente emérito – um político neoconservador fundamental para a guerra suja da CIA em Honduras e para a invasão do Iraque em 2003. Em seu site, o Conselho das Américas se define como uma “organização internacional cujos membros compartilham um compromisso comum com o desenvolvimento econômico e social, mercados abertos, estado democrático de direito e democracia por todo o hemisfério ocidental”.
Essa é apenas mais uma singela confirmação de que o impeachment de Dilma não se deu por conta das supostas “pedaladas fiscais”, como quis fazer crer a facção que agora ocupa o executivo federal. Não foi pela família brasileira, não foi por Deus, não foi contra a corrupção. Foi contra o trabalhador e em favor do empresariado. Foi por impunidade, lucro e poder. Por: The Intercept / Inacio Vieira
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