BRASIL / Gravação mostra procuradores da Operação Lava Jato tentando induzir trabalhador a acusar Lula, diz gravação (ÁUDIO)
Edivaldo aparece na longa lista de acusados que consta no mandado de busca e apreensão assinado pelo juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito da 24ª etapa da Lava Jato, que investiga se o ex-presidente Lula é o dono de sítio em Atibaia.
Ele nega conhecer um dos donos do imóvel, o empresário Jonas Suassuna. No entanto, o procurador continua a pressioná-lo. "É a primeira vez, o senhor nos conheceu agora, e eventualmente talvez a gente chame o senhor pra depor oficialmente, tá? Aí, é, dependendo da circunstância nós vamos tomar o compromisso do senhor, né, de dizer a verdade, aí o senhor que sabe", afirmou. A conversa foi gravada pelo filho do interrogado, um trabalhador da região de Atibaia. Ainda de acordo com o Conjur, os procuradores do Ministério Público Federal são Athayde Ribeiro Costa, Roberson Henrique Pozzobon, Januário Paludo e Júlio Noronha. A ameaça feita contra testemunhas, com intuito de influenciar o resultado de uma investigação criminal, é considerada crime, previsto no artigo 344 do Código Penal, de coação no curso do processo. Ouça as gravações:
Interrogado: Dessas… Sobre o quê?
Procurador: Sobre, por exemplo, o senhor já trabalhou no sítio Santa Barbara?
Interrogado: Não trabalho.
Procurador: O senhor já conheceu o senhor Jonas Suassuna?
Interrogado: Nunca… Nunca vi.
Procurador: O senhor já fez algum pedido pra ele em algum lugar?
Interrogado: Nem conheço.
Procurador: Então, por exemplo, aí eu te apresento uma série de documentações. Aí fica ruim pro senhor, entendeu?
Procurador: É a primeira vez, o senhor nos conheceu agora, e eventualmente talvez a gente chame o senhor pra depor oficialmente, tá? Aí, é, dependendo da circunstância nós vamos tomar o compromisso do senhor, né, de dizer a verdade, aí o senhor que sabe.
Interrogado: A verdade?
Procurador: É.
Interrogado: Vou sim, vou sim.
Procurador: Se o senhor disser a verdade, sem, sem problema nenhum.
Interrogado: Nenhum. Isso é a verdade, tô falando pra vocês.
Procurador: Então seu Edivaldo, quero deixar o senhor bem tranquilo, mas, por exemplo, se a gente chamar o senhor oficialmente pra depor daqui a alguns dias, e você chegar lá pra mim e falar uma coisa dessas.
Procurador: Se o senhor mudar de ideia e quiser conversar com a gente, o senhor pode ligar pra gente?
Interrogado: Mudar de ideia? Ideia do quê?
Procurador: Se souber de algum fato.
Interrogado: Não…
Procurador: Se você resolver conversar com a gente você liga pra gente, qualquer assunto?
Interrogado: Tá.
Por: Metro1 Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
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