SALVADOR / Manifestantes defendem o governo em ato que reuniu 60 mil em Salvador
"Esse é o nosso momento de agir para impedir o que querem fazer com nosso país. Eles não podem fazer isso. Defenderemos a democracia até o fim. Não vai ter golpe", defendeu o estudante Paulo Moreira, 25 anos.
Após concentração, que teve início por volta das 15h, os militantes começaram uma caminhada até a Praça Castro Alves por volta das 17h. Além da presença de diversas fanfarras, os manifestantes cantaram a música "Pra não dizer que não falei das flores".
Também houve pedidos de "Fora Cunha" e críticas à cobertura da Rede Globo sobre as investigações contra o ex-presidente. Participaram do protesto os deputados Pastor Isidório e Moema Gramacho.
A caminhada impediu a passagem de ônibus e carros na avenida Sete de Setembro. Equipes da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) acompanharam o protesto para coordenar o tráfego. A reportagem de A TARDE não encontrou muito policiamento; apenas dois PM's em uma base comunitária móvel em frente ao Glauber Rocha, além de uma viatura que acompanha os coletivos que trafegam próximo ao local.
"Eles insistem em algo que não existe. A trabalhador tem força e voz e agora eles vão nos ouvir. Ditadura nunca mais", disse, José Antônio da Silva, 57, pedreiro.
"Eles acham que nossa juventude está perdida mas estão enganados. Nós seguiremos lutando para não haver golpe", falou Milena Souza, estudante, 22, que foi para o ato junto com sua irmã gêmea Marilena que também falou com a reportagem. "Estamos cada dia mais conscientes e unidos. Não vamos ceder a essa elite que acha que pode nos dominar. Somos a maioria e venceremos", indagou.
Movimentos sociais, como CUT, CTB, MTS, UNE e CMP, participam do protesto, que acontece em várias cidades brasileiras simultaneamente em, pelo menos, 23 estados. O ex-presidente e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, confirmaram presença no protesto que será realizado na avenida Paulista, em São Paulo.
As manifestações acontecem após episódios negativos para o PT e o governo nas últimas semanas. Primeiro, a delação premiada feita pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que envolve tanto o ex-presidente Lula quanto Dilma em atos para interferir nas investigações da Operação Lava Jato. Na semana passada, o ex-presidente foi levado pela Polícia Federal (PF), em cumprimento de mandado de condução coercitiva.
Além disso, Lula, teve a nomeação para ministro suspensa, após posse na quinta-feira, 17.
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