Cinco dias após ter o carro apedrejado, em Riachão de Jacuípe, onde relata enfrentar, há anos, ações de violência por sua atuação profissional, a jornalista Alana Rocha ainda não conseguiu prestar depoimento na delegacia local. Um dos empecilhos acusados foram as férias do delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações.
Nesta segunda-feira (17), ao ir até o órgão pela segunda vez, a jornalista não conseguiu prestar depoimento. “Ficam com essa enrolação, acho que estou cercada de inimigos”, desabafou Alana, em relato à direção do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba).
A profissional registrou ainda que a não liberação das imagens das câmeras da rádio Gazeta FM, que podem identificar o autor do apedrejamento, é hoje um problema para o caso. “Na delegacia, o ocorrido não foi registrado como atentado à minha vida, mas como danos materiais ao meu carro. Quando tentava dar o depoimento, hoje, me coagiram para eu falar o nome do suspeito, mas não poderia porque não tive acesso às câmeras. Fiquei muito nervosa”, relatou.
Nesta segunda, em carta aberta ao público, divulgada em suas redes sociais, Alana comunicou seu afastamento do programa que mantém na rádio, alegando que o apedrejamento do veículo foi um fato limite e que afetou o estado de saúde de sua mãe. “(… ) A minha mãe está abalada e fragilizada, não se alimenta direito, não está dormindo bem, temendo que eu seja assassinada e entre nas estatísticas e posteriormente na impunidade”, diz em trecho do documento.
Nesta terça-feira (18), Sinjorba e ABI-Bahia informaram que irão acionar novamente a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), órgãos que compõem a Rede de Combate à Violência contra Profissionais de Imprensa, para relatar o andamento da situação e reiterar o pedido de providências que garantam celeridade nas investigações e segurança à profissional.
Por:
cleristonsilva
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