Conversas no Telegram mostram que procuradoria não viu interesse público nas acusações contra então vice em 2016. “Você acha que o Supremo ia me autorizar?", se defende Janot
Duas semanas antes de
Michel Temer assumir a presidência interinamente devido ao afastamento de
Dilma Rousseff pelo
processo de impeachment na Câmara em 17 abril de 2016, a
Operação Lava Jato recebeu um "
anexo-bomba" de uma delação premiada que, se aceito, poderia ter mudado os rumos da história recente do país.
Conversas entre procuradores da Lava Jato no
Telegram,
obtidas pelo The Intercept e analisadas em conjunto com o EL PAÍS, permitem rastrear o momento exato em que a procuradoria teve em mãos informações que poderiam levar a uma investigação do então vice-presidente por suspeita de corrupção. Na época, porém, os procuradores consideraram que as declarações não atendiam ao "
interesse público" e não aceitaram a proposta de delação. Mas, três anos depois, essa mesma delação foi utilizada pela Lava Jato para uma ação penal contra Temer e para pedir a prisão preventiva dele, já na condição de ex-presidente.
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