O então juiz da Lava Jato Sérgio Moro convenceu os procuradores da força-tarefa de Curitiba a não pedir apreensão dos celulares usados pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ). A informação foi revelada pelo site
Buzzfeed, em parceria com
Intercept Brasil.
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Wilson Dias/EBC |
Segundo a conversa vazada divulgada nesta segunda-feira (12), que teria ocorrido em 18 de outubro de 2016, a decisão de não apreender os celulares de Cunha, que já não tinha foro privilegiado desde setembro de 2016, destoa do padrão da Lava Jato, já que foram utilizados materiais de executivos de empreiteiras, por exemplo, como anotações e mensagens que embasaram investigações.
No dia 18 de outubro de 2016, um dia antes da prisão de Cunha, o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, mandou mensagens a Moro.
Após as ponderações de Deltan, Moro responde que "
acho que não é uma boa". Apesar da resposta, o procurador insiste e sugere uma reunião com ele para discutir o assunto.
Os diálogos não mostram registros do que foi discutido na reunião presencial entre eles. Porém, às 14h16, Deltan envia nova mensagem a Moro dizendo que, após conversar com procuradores e ao levar em consideração o que foi dito pelo então juiz, a força-tarefa desistiu de pedir a apreensão dos celulares. Ao passo que o então juiz responde: "
ok tb".
Tanto a força-tarefa da Lava Jato quanto o Ministério da Justiça disseram à reportagem que os celulares de Cunha já haviam sido apreendidos.
De fato, no dia 15 de dezembro de 2015, os telefones do então presidente da Câmara foram recolhidos na operação Catilinárias.
A prisão de Cunha, quando optou-se por não apreender os novos aparelhos do político, aconteceu cerca de 10 meses depois, em 19 de outubro de 2016.
Por:
bnews
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