BOA NOTÍCIA / Chove, e o São Francisco se transforma num imenso rio de lama

Imagens desta sexta-feira (8) mostram o rio São Francisco cortando o oeste da Bahia, na região de Bom Jesus da Lapa, absurdamente embarreado. No entanto, mil quilômetros abaixo, a nascente, no sul de Minas, está recebendo borbotões de água cristalina, num volume espantoso, que desce pela cascata Casca D"Anta para formar o S. Francisco inteiramente saudável (veja vídeo abaixo). A limpidez da água, porém,  desaparece não muito longe. Com as chuvas fortes desta semana, camadas de lama estão escorrendo dentro do rio já no Sul de Minas. E assim vai até a foz, 2.804 quilometros adiante.
O assoreamento do S. Francisco, longe de ser novidade, tem sido uma constante nos últimos anos. Porém, neste final de 2017 o que se configura é a imagem de um imenso desastre ambiental, ecológico e agronômico que parece não ter fim. O solo agrícultável, drenado de uma área de aproximadamente 641 000 km² da calha do rio, tão arduamente construido e conservado pelos agricultores profissionais, está se desmanchando em torrões carregados pelas enxurradas que, sem anteparo, despejam uma lama espessa dentro da calha do S.Francisco. Há trechos, no Estado da Bahia, que já se atravessa, de margem à margem, a pé.

 A Embrapa Solos, responsável pelo monitoramento dos solos e movimentos geologicos, estima que o País esteja perdendo cinco bilhões de dólares por ano somente pela ação da erosão. São 140 milhões de hectares degradados. Pior é questão social. Foi o que aconteceu no rio Casca, na zona da mata mineira, que, assoreado, saiu do leito e destruiu a cidade, causando mortes (5 pessoas, da mesma familia).

Nesse momento o Inmet alerta que mais chuvas chegam sobre MInas, Bahia, Espirito Santo, além do o Matopiba. O Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres Naturais), órgão ligado à Defesa Civil da Presidência da República, está de sobreaviso para socorrer possíveis vítimas. Mas nada poderá fazer com relação à lama que descerá para o rio.

Volume imenso de terra irá, inevitavelmente, correr para dentro da calha do S. Francisco -- que já não tem mais profundidade para absorver os detritos. Com o leito raso, a água tenderá a vazar pelas margens, onde, sem os antigos barrancos, é possível prever que as inundações irão tomar o sertão da Bahia. O Nordeste está há 5 anos debaixo de seca intensa.
Abaixo um vídeo de duas semanas atrás, mostrando a piracema no rio Cuaiba´. o  que chama atenção, além do cardume protegido, é a cor da água, embarreada...

Muita chuva ainda em MG e ES
Além da previsão de tempestades, as chuvas também continuam sobre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O primeiro já conta com registro de mortes com alagamentos em diversas cidades em situação de emergência. O Sul da Bahia também deve ter chuvas.
Segundo a Climatempo, com base em dados do Inmet, somente entre o começo da noite de anteontem até 8 horas da manhã de ontem, a cidade de Pompeu (MG) teve 93,6 mm de chuva. Em Uberlândia (MG), choveu quase 46 mm entre 2 horas da madrugada e 8 horas da manhã.

No Espírito Santo, acumulados expressivos também foram registrados em Nova Venécia (ES). Entre 17h e 18h, foram acumulados cerca de 85 mm, segundo a Climatempo com base em informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).

Em Minas o governador Fernando Pimentel se reuniu com os ministros das Cidades Alexandre Baldy e da Integração Nacional Helder Barbalho para discutir a situação das cidades afetadas.

140 milhões de hectares degradados
O Brasil paga um preço alto por não conhecer melhor seu solo: falta de água no campo em grandes metrópoles; intensos processos erosivos do solo na área rural, que agravam enchentes e provocam desperdício de insumos agropecuários, entre várias outras consequências.

Dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) indicam que 140 milhões de hectares de terras brasileiras estão degradadas, o que corresponde a 16,5% do território nacional.

No mundo, 33% do solo sofre degradação de moderada a alta, segundo dados da  Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). São áreas que tiveram sua capacidade produtiva reduzida pela erosão, impermeabilização, salinização, poluição, entre outros.

A quantidade de solo perdida por ano, no mundo, chega a 24 bilhões de toneladas, ainda segundo dados da FAO. Para agravar, daqui a pouco mais de três décadas, o mundo terá 9,6 bilhões de habitantes, exigindo que a produção de alimentos aumente em 65%.

Próximos dias ainda serão de muita chuva em MG, GO, MT e DF; acumulados diários de até 100 mm
A semana se encerra com muitas chuvas sobre Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) alerta para a possibilidade de acumulados diários de até 100 milímetros em áreas de Goiás nesta sexta-feira (8). As precipitações são causadas por uma área de baixa pressão, que intensifica instabilidades por quase toda a região central do Brasil.

Veja o mapa com a previsão de precipitação acumulada para até 72 horas (09/12 a 11/12) para todo o Brasil:
Além do estado de Minas Gerais, que tem registrado acumulados diários que já superam a média do mês em diversas cidades, instabilidades continuam sobre a região Centro-Oeste, importante produtora de grãos no país. Inclusive há alerta para os estados de Mato Grosso e Goiás, com altos acumulados de até 100 mm, ventos intensos e risco de alagamentos, segundo o Inmet.

Em Mato Grosso do Sul, as previsões apontam que a chuva deve diminuir, porém, a Climatempo destaca que não estão descartadas pancadas de chuva de moderada a forte intensidade a tarde e à noite com raios, inclusive em Campo Grande (MS). No final de semana, a chuva diminui no estado, mas os outros estados da região e DF ainda podem ter pancadas de chuva forte.

Os produtores devem estar atentos com as previsões específicas para suas regiões. No entanto, essas condições, no geral, devem garantir maior umidade no solo e avanço nos trabalhos de plantio da safra 2017/18 além do desenvolvimento das lavouras já semeadas.

Aviso para as áreas: Vale Do Mucuri, Triangulo Mineiro/Alto Paranaíba, Central Mineira, Vale Do Rio Doce, Jequitinhonha, Metropolitana De Belo Horizonte, Norte Mineiro, Noroeste Mineiro

Por: noticiasagricolas
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