POLÍTICA / Deputados esperam 'efeito dominó' após condenação de Cunha
Visto anteriormente como aliado do governo, Eduardo Cunha se virou contra Dilma Rousseff após o PT pedir a cassação do seu mandato na Câmara. Com isso, Cunha virou o principal orquestrador do impeachment de Dilma, o que foi encarado com uma disputa de poder pautada pelo revanchismo. Ele, inclusive, inúmeras vezes declarou que "levaria muita gente junto" em caso de queda.
Com o anúncio da condenação do ex-presidente da Câmara, aumenta a expectativa para uma delação premiada de Cunha. A Sputnik Brasil conversou com exclusividade com alguns deputados sobre os possíveis desdobramentos da sentença do peemedebista.
De acordo com deputado Décio Lima (PT/SC), a condenação de Cunha "representou a expressão do golpe que feriu o Estado Democrático de Direito brasileiro e a democracia".
"Eu acho que esse momento em que ele recebe essa condenação tem também o elemento de nós construirmos uma percepção de que o Brasil foi duramente golpeado, enganado, num processo lamentavelmente envolvendo parte da elite brasileira", disse o deputado.
O petista manifestou a esperança de que a Justiça brasileira seja menos seletiva e que as delações atinjam o presidente Michel Temer.
"Nós já vimos pessoas como o próprio golpista Michel Temer ser 43 vezes delatado, outros tantas vezes e não há nenhum procedimento em curso contra esses que sim, são os maiores corruptos do país e que tomaram, inclusive, o poder de assalto", destacou.
Juliano Medeiros, da Coordenação Nacional do PSOL, também viu com bons olhos a sentença do peemedebista. Segundo ele, a "condenação do ex-deputado Eduardo Cunha era uma necessidade para a defesa da democracia brasileira e levar também a justiça de volta ao seu papel".
"Há uma série de argumentos bastante substantivos que comprovam que o ex-deputado Eduardo Cunha estava no centro das operações ilegais promovidas pelo PMDB que ainda tem outros atores como o Senador Romero Jucá, Renan Calheiros, o Ministro Moreira Franco, o Ministro Eliseu Padilha e o próprio presidente Temer. Todos eles envolvidos nas operações financeiras para desvio de recursos públicos nas estatais brasileiras", comentou.
Já o deputado Carlos Marum (PMDB/MS) defendeu Eduardo Cunha, afirmando que ele não seria o "chefe do petrolão", argumentando que, no caso do ex-presidente da Câmara, a operação Lava Jato "prendeu o índio, mas esqueceu dos caciques ou do cacique".
"Cadê os outros? Eu tenho a convicção de que mesmo que tenha sido parte do processo, o deputado Eduardo Cunha não é o chefe do petrolão", disse.
Ao ser perguntado sobre quem seria o cacique dos esquemas de corrupção, o deputado não quis comentar, se resumindo a dizer que "tem gente mais comprometida" nas citações das delações.
Por: br.sputniknews.com
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