O sorriso forçado causado pela contração involuntária dos músculos faciais chama-se ríctus. Nada que não seja familiar, temos visto bastante essa expressão facial cretina. Ela pode aparecer em
cadáveres, em
doentes de tétano, nas
vítimas do gás do riso criado pelo vilão Coringa e
em presidentes ilegítimos. Esse riso postiço, que faz as extremidades da boca levantarem-se num arco perverso, é chamado desde a antiguidade de “
sorriso sardônico”.
Vale ir à origem da expressão, criada por Homero no século VIII A.C. Ele contava a história de um povoado fenício na ilha da Sardenha cujos habitantes mais velhos, sem condições de se sustentar, eram assassinados com uma poção da planta
Oenanthe crocata. (Ainda não era possível emplacar
uma reforma da previdência como hoje planeja o governo.) Conhecida por “
nabo do diabo”, a erva da Sardenha tem folha semelhante à salsa e é extremamente tóxica – sua natureza exata é uma uma
descoberta científica recente,
de 2009. Os envenenados por ela apresentam o mesmo sorriso bizarro e irônico no rosto, daí a descrição do poeta grego.
A palavra “
sardônico”, para a tristeza dos habitantes da bela ilha italiana, ficou assim associada a sarcasmo, zombaria e malícia. Ao longo da história da arte, a humanidade tentou representar o mesmo sorriso espasmódico em caricaturas grotescas (penso na
fase negra de Goya ou em
alguns detalhes infernais de Bosch) e, em todo o esplendor de sua ambiguidade, em obras como a “
Mona Lisa” e a “
Dama com arminho” de Leonardo.
O Brasil é a capital mundial da trollagem
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