BRASIL / Brasil está submisso a americanos e mídia nacional é composta por facções, critica jornalista Glenn Greenwald
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Jornalista norte-americano ataca imprensa brasileira. Foto: Gage Skidmore/ Divulgação |
Greenwald lembra também que a ONG Repórteres Sem Fronteiras rebaixou o Brasil para a 104ª posição no ranking de liberdade de imprensa no mundo. A organização deu dois motivos: o primeiro é o alto índice de violência contra jornalistas independentes no país. Já o segundo é o aspecto mais polêmico, pois a ONG defende que as grandes corporações de mídia pararam de se comportar como empresas jornalísticas e passaram a tentar “destruir” o governo eleito.
O jornalista conta que a entidade é respeitada no mundo por se posicionar contra ameaças a um determinado jornalista ou contra jornais e raramente intervir em problemas nacionais. “Mas neste caso, eles puderam ver que a situação aqui foi tão extrema que era necessário fazer comentários e explicitar que essa situação é contra a liberdade de imprensa”, afirma o repórter.
Com o avanço das tecnologias e o surgimento das redes sociais, mudanças na forma de se transmitir a notícia têm gerado impacto nos veículos de comunicação. Para Glenn Greenwald, agora as organizações não monopolizam as informações como “faziam” antes. “Quando você pensa que a informação no Brasil é controlada por poucas famílias e se tornaram propagandas, parece uma situação muito ruim, mas eu tenho muito otimismo com relação ao futuro”, conta.
Confira a entrevista do jornalista sobre a mídia internacional:
Pela segunda vez desde a redemocratização, o Brasil afastou um presidente eleito por meio do processo de impeachment. No começo, a mídia internacional lidava com a situação da ex-chefe de governo Dilma Rousseff de forma semelhante à mídia local. Diziam que o povo no Brasil não aguentava mais o governo petista e que lutava contra um governo corrupto. No entanto, o jornalista lembra que as empresas internacionais mudaram de posição. “A mídia internacional começou a olhar, não só para Lula ou Dilma, mas para quem iria ocupar o poder depois do afastamento. Mas quando começaram a olhar para Michel Temer e Eduardo Cunha, que tinham diversas acusações de corrupção, tirando uma pessoa eleita em nome da corrupção, isso ninguém conseguiu entender”.
Para o jornalista, os integrantes do novo governo acabam assumindo que foi montada uma “fraude” para levar Michel Temer ao palácio do Planalto. “Seis semanas atrás, Michel Temer foi a New York e assumiu que o processo de impeachment se deu por ideologia, porque o PT não aceitou a agenda do PMDB (Ponte para o Futuro) e a mídia simplesmente ignorou isso”.
O problema hoje está com a mídia, que segundo Greenwald, ajudou a instalar um governo mais corrupto do que o da presidente afastada em nome da corrupção. “A solução que a mídia teve até agora é simplesmente ignorar os fatos que mostram a corrupção dos membros do governo. Por exemplo, foi divulgado que o ministro José Serra recebeu 23 milhões de reais em caixa dois. A Globo não mencionou isso”.
Confira a entrevista do jornalista sobre espionagem governamental:
“Eu não entendo como a direita brasileira que gosta de mostrar força, dizer que são ‘machos’, que querem defender tudo, é totalmente submissa ao governo norte-americano. Eles querem servir”.
O repórter também acusa a atual gestão de fazer “tudo” em favor dos interesses do Estado americano. “Michel Temer é quase escravo dos Estados Unidos. Há pessoas de dentro do governo americano que não conseguem acreditar quantos benefícios eles estão recebendo (do Brasil)”, explica.
Por: Lucas Valença / www.agenciadenoticias.uniceub.br

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