MUNDO / Entrada de venezuelanos leva Governo de Roraima a instalar gabinete de crise
A partir de segunda-feira, 17, a Governadora Suely Campos promoverá reuniões diárias com os secretários estaduais para definir as próximas ações em prol dos venezuelanos. Em entrevista à Sputnik, o coordenador da Defesa Civil Estadual e comandante do Corpo de Bombeiros de Roraima, Coronel Edivaldo Amaral, traça o quadro que envolve as populações venezuelana e roraimense:
“Como é do conhecimento geral, a Venezuela vive uma crise econômica muito grande, e a sua população tem procurado o Brasil e as localidades mais próximas da fronteira para comprar em Roraima os artigos que não consegue mais encontrar em seu país, como arroz, óleo, farinha, etc. No início desta intensa migração, os venezuelanos se concentravam em Pacaraima. De tempos para cá, eles também estão chegando à nossa capital, o município de Boa Vista, o que está deixando a população da cidade muito preocupada. Além de um grande número de pessoas nas ruas, houve também um significativo aumento dos casos de prostituição. A tendência é esta situação se agravar cada vez mais, porque não há perspectivas de melhoras.”
Segundo o Coronel Edivaldo Amaral, cerca de 30 mil venezuelanos entraram no Estado de Roraima desde que a migração se intensificou. Não são números exatos, já que não há estatísticas oficiais. Outra preocupação das autoridades de Roraima é com o status da Venezuela no âmbito do Mercosul. Os Governos de Brasil, Argentina e Paraguai têm exercido grande pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro, e, se a situação da Venezuela dentro do Mercosul não for regularizada até dezembro, o país corre o risco de ser expulso do bloco. Com isso, aumentaria o risco de os venezuelanos virem ainda em maior número para o Brasil: “Nós, do Governo de Roraima, torcemos para que este quadro político da Venezuela em relação aos seus parceiros do Mercosul seja resolvido o mais rapidamente possível. Mas isto não se resolverá com tentativas isoladas e sim com ações efetivas dos Governos do Brasil e da Venezuela, principalmente por parte das autoridades das regiões fronteiriças”, comenta o Coronel Edivaldo Amaral.
“A situação é grave e pode se complicar ainda mais. Além disso, muitos dos venezuelanos que chegam ao Brasil pensam em obter status de refugiados políticos, porém, até conseguir este status, precisam esperar algum tempo, já que o Conare (Conselho Nacional para os Refugiados) demora cerca de três meses para dar seu parecer.”
Entre as medidas que serão debatidas pela equipe da Governadora Suely Campos na próxima semana estarão a criação de abrigos e centros de triagem. Neste final de semana, uma equipe da Defesa Civil Estadual estará posicionada junto à região de fronteira para observar o movimento de chegada de venezuelanos em território roraimense. O monitoramento servirá de base para que as decisões do Governo Estadual sejam adotadas em relação aos vizinhos. Por: Sputnik
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