Única doença erradicada no mundo, a varíola pode voltar a atingir a humanidade. Esse é o temor de cientistas russos baseados nas mudanças climáticas. Há 130 anos, vítimas de uma epidemia foram enterradas na planície da Sibéria, que é coberta de gelo a maior parte do ano.
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Paciente de varíola no fim do século XIX. Foto: National Museum of Health & Medicine |
No entanto, esse solo está em processo de derretimento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infecção pelo vírus era fatal em 30% dos casos e, quando não matava, deixava cicatrizes para toda a vida.
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Em 1890, houve uma epidemia de varíola muito grande na área. Uma cidade aqui perdeu mais de 40% da população. Naturalmente, eles enterraram os corpos na camada superior do gelo, o pergelissolo (mistura de terra, gelo e rochas permanentemente congelados juntos), às margens do rio Kolyma. Mas agora, um século depois, o calor e as águas estão derretendo as margens", afirmou Boris Kershengolts, da Academia de Ciências russa ao jornal Siberian Times.
Essa não é a primeira vez que o degelo de corpos leva a novas contaminações. A Rússia está combatendo um surto de antraz que surgiu quando corpos de cervos e humanos vítimas da bactéria foram descobertos pelo gelo. Pelo menos 24 pessoas estão internadas.
Por conta disso, especialistas passaram a buscar outras doenças que podem estar "
enterradas" no gelo e encontraram corpos com cicatrizes de varíola e fragmentos do DNA do vírus. "
O solo lá tem mais gelo que rocha e terra, quando derrete sobe. Algumas covas de gado doente, por exemplo, têm apenas três metros de profundidade, com muito pouco solo em cima", disse o diretor Mikhail Grigoriev, do Centro de Estudos de Yakutia. Ainda assim, não foi encontrada nenhuma amostra intacta do vírus. Por:
Infosaj
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