SAÚDE / Com casos em Camaçari (BA), doença contagiosa transmitida por animais tem efeito devastador

Doença pode ser transmitida por meio de mordidas ou arranhadura de animais domésticos

Doença pouco conhecida, a esporotricose, causada pelo fungo Sporothrix schenckii, voltou aos holofotes quando uma epidemia apareceu no Rio de Janeiro. Mas desta vez, o motivo da preocupação está na Bahia. No final de 2015, a Secretaria de Saúde de Camaçari emitiu um alerta para informar a população do risco da doença, que pode ser transmitida para humanos. Os casos registrados na cidade preocupam pela pouca informação da doença, e as autoridades temem que novos casos se espalhem por todo o estado.

Os principais sintomas são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente, localizando-se principalmente na face, orelhas e membros, semelhantes à leishmaniose. Nos animais domésticos, principalmente gatos, pode ser mortal. Já em humanos, tem cura. Para entender como essa doença pode atingir o ser humano e sua forma de tratamento, o Varela Notícias entrou em contato com o clínico geral Jorge Abbud.
Doutor Abbud afirma que os primeiros sintomas podem ser confundidos com outras doenças, o que muitas vezes dificulta o tratamento. “Inicialmente pode ser confundido com picada de inseto ou mesmo lesões como herpes e sífilis.  Com a evolução, em alguns dias, a lesão aumenta, cria uma ulceração que elimina secreção”, disse, acrescentando que nesse momento a doença é mais facilmente diagnosticada.

Quando questionado sobre óbitos em humanos, ele afirma ser mais raro. “Os animais geralmente adquirem a forma disseminada envolvendo os órgãos internos e podem evoluir para a morte. Nos humanos a fatalidade é um ocorrência rara.

Em relação à contaminação, o médico afirma que não existe só uma forma de contágio e que não é necessário o paciente estar imunodeprimido para acontecer. “O paciente não precisa estar imunocomprometido para contrair a doença. Geralmente a infecção pelo fungo Sporithrix Schenckii (no Brasil pelo Sporothrix Brasiliensis) se dá pelo ferimento com gravetos ou espinhos ao se manusear terra e plantas contaminadas ou a mordedura ou arranhadura por animais  contaminados (cães e principalmente gatos).

A esporotricose pode acontecer de diferentes formas, atingindo e comprometendo vários órgãos. O médico explica que algumas são mais comuns que outras. “A forma mais comum é a cutâneo linfática. A forma mais grave e que acomete pessoas imunocomprometidas é a forma cutâneo disseminada, que apresenta lesões tumorais ulceradas por todo corpo, além de poder acometer órgãos internos como pulmões, testículos, ossos e articulações; nesta última, o contágio é por ingestão do fungo”, falou.

O tratamento da doença é feito por substâncias antimicóticas cutâneas como iodeto de potássio. A forma cutâneo linfáticos, deve ser tratada com antimicóticos de uso oral e as formas disseminadas por antifúngicos via sistêmica. As formas mais leves podem ter cura espontânea.” afirma o médico.

Geralmente, a forma mais comum de se contrair a doença é por seu animal doméstico, e depois da epidemia no Rio de Janeiro, a vigilância sanitária criou uma campanha chamada “Esporotricose- um risco para seu gato e para você” com a intenção de conscientizar a população.
Quando a doença não é tratada em um paciente com imunidade baixa é possível desencadear um quadro mais grave da mesma. A versão cutânea e disseminada não é tão comum, mas em Maria* (nome fictício), 56 anos, portadora de diabete tipo 2 não tratada, causou um grande problema em sua saúde. A paciente tinha complicações no joelho cuja cultura mostrou o fungo Sporothrix, agente da Esporotricose. Para tratar o seu caso, Maria fez uso de uma medicação antifúngica que acabou levando a uma hepatite medicamentosa. “Inicialmente quando começaram a aparecer os caroços na minha pele, achei que era uma espinha, um pelo encravado ou até uma picada de mosquito e por isso demorei muito de ir ao médico. Quando finalmente comecei a sentir incomodo no joelho que fui diagnosticada com artrite por causa da Esporotricose.”, disse.

Existe mais de uma forma de apresentação da doença, de acordo com a Universidade Nacional Autônoma do México:

Cutâneo localizada: Formação de ínguas, nódulos avermelhados que podem aparecer nos olhos e na boca.

Cutâneo linfática: Caracterizada por nódulos que podem ferir e que depois formam um cordão duro que atinge os gânglios através dos vasos linfáticos. Também ocorrem ínguas.

Cutâneo disseminada: Os nódulos se disseminam pela pele. É mais frequente em imunodeprimidos.

Extracutâneas: Pode afetar como ossos, testículos, pulmões, articulações e o sistema nervoso e os sintomas dependem da área afeta, sendo similares ao de uma tuberculose quando afetam os pulmões e a similar a uma artrite infecciosa quando afetam ossos e articulações. Costumam estar associadas a febre, náusea e perda de peso.

Quando seu animal doméstico é diagnosticado com esporotricose, o indicado é levá-lo para um veterinário ao invés de abandoná-lo na rua, já que dessa forma o fungo pode ser disseminado mais facilmente pelo contato com outras superfícies. Se o animal for a óbito, a melhor opção é cremar o corpo já que o fungo pode sobreviver e contaminar o local que ele foi deixado ou enterrado. Por: Clara Abbud, Sob supervisão de Henrique Brinco / Varelanoticias
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