BRASIL / Protestos contra Temer tomam o Brasil
Brasileiros foram às ruas em mais de 30 cidades do país nesta sexta-feira (10/06) para protestar contra o governo do presidente interino Michel Temer e pedir a volta da presidente afastada Dilma Rousseff. Os atos foram convocados pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo sem Medo, compostas por movimentos estudantis e de esquerda e por centrais sindicais.
No Rio de Janeiro, os manifestantes ocupam as duas pistas da avenida Rio Branco, no centro da cidade. O protesto deve terminar na Cinelândia, onde estão previstas apresentações culturais. De acordo com a organização, há 20 mil pessoas. A polícia do Rio não divulga estimativas em atos.
Já em São Paulo milhares de pessoas estão reunidas na avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O número de manifestantes ainda não foi informado pela Polícia Militar paulista, mas os organizadores estimam em até 100 mil.
No protesto, manifestantes seguram bandeiras e faixas que pedem a saída de Temer da Presidência. Líderes de movimentos sociais se revezam para falar num caminhão de som que atravessa a avenida.
A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era uma das mais aguardadas. Mesmo afirmando que não poderia gritar "Fora Temer" porque "não ficaria bem", o petista pediu o retorno de Dilma e acrescentou: "Temer, você é um advogado constitucionalista, você sabe que não agiu correto".
Em discurso na Av. Paulista, ex-presidente Lula condenou tentativas de criminalização do PT: … pic.twitter.com/WNV9vm5pHu— PT Brasil (@ptbrasiI) 10 de junho de 2016
O ex-presidente citou ainda a possibilidade de se candidatar à eleição presidencial de 2018. "Com 70 anos, estou melhor do que quando tinha 50, com vitalidade de 30", afirmou. "Corro risco de ser candidato a presidente em 2018."
Líderes se pronunciam
Momentos antes da manifestação na capital paulista, em pronunciamento à imprensa, o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, disse que "o mais importante para os movimentos sociais aqui presentes é impedir o impeachment e impedir o golpe".
"A manifestação tem como principal mote o 'Fora Temer'. Porque não entendemos que esse seja um governo legítimo", declarou Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). "Não reconhecemos esse governo que ataca os movimentos sociais e os direitos sociais."
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, por sua vez, afirmou que o governo Temer representa um retrocesso para o Brasil. "É preciso entender a gravidade do momento que estamos vivendo. Está em curso no país um duplo golpe", disse ele.
"Há um golpe por existir um presidente que foi eleito de uma forma indireta, por um Parlamento descredibilizado na sociedade, mas também há um golpe contra os direitos sociais. O programa de governo não foi eleito por ninguém, e é um programa de retrocessos", opinou Boulos.
Os protestos desta sexta-feira atingiram mais de 20 estados brasileiros e suas capitais, como Belo Horizonte, Manaus, Macapá, Natal, Teresina e Recife. Em Goiânia, manifestantes fecharam um dos lados da avenida Assis Chateaubriand, uma das mais movimentadas da cidade.
Segundo os organizadores do ato em Natal, 30 mil pessoas estiveram presentes para protestar contra o governo interino. A Polícia Rodoviária Federal, por outro lado, fala em 6 mil manifestantes.
Em Belo Horizonte, onde o protesto seguiu até a praça da Estação, a estimativa foi de 40 mil participantes segundo a organização, enquanto a Polícia Militar (PM) calcula 7 mil.
Em Fortaleza, os participantes caminharam cerca de 2,5 quilômetros em passeata, carregando um boneco gigante com o rosto de Temer e faixas com as frases "Fora Temer" e "Volta Dilma".
Ato #ToNaRuaForaTemer em Fortaleza teve participação de cerca de 10 mil manifestantes de diversas organizações. pic.twitter.com/YMj1TYFEow— Brasil de Fato (@Brasil_de_Fato) 10 de junho de 2016
Já em Curitiba foi distribuído um panfleto que associa Temer ao presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciando um "golpe contra o trabalhador". A estimativa é de 4 mil manifestantes segundo os organizadores, e de mil, de acordo com a PM.
Por: DW

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