POLÍTICA / Apesar de derrota na comissão, governistas acreditam em vitória no plenário
“Essa proporção não dá impeachment. Não significa que está garantido [o arquivamento da denúncia] mas eles [oposição] estão, eu diria, exagerando na comemoração”, disse o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à Agência Brasil logo após o desfecho da votação na comissão especial.
A Comissão Especial do Impeachment aprovou o parecer do relator Jovair Arantes por 38 votos a favor e 27 contrários. Wilson Dias/Agência Brasil |
“É claro que perdemos, óbvio. O que estou fazendo referência é que essa proporcionalidade não garante o impeachment. E a comissão foi uma indicação absolutamente controlada [dos líderes], diferentemente do que é o plenário e, mesmo assim, tivemos votos contra o impeachment”, acrescentou Chinaglia.
Para o líder do PSOL, Ivan Valente (SP), a oposição saiu frustrada da votação, apesar da vitória. “Eles criaram uma expectativa muito alta, para mais de 40 votos, e não atingiram. É um resultado que, proporcionalmente, não materializa o impeachment no plenário”, disse.
Para o deputado, dois fatores principais influenciaram a votação na comissão: a pesquisa DataFolha divulgada no último sábado (9), que mostra que a maioria dos entrevistados é favorável tanto ao impeachment de Dilma como do vice-presidente da República, Michel Temer; e o vazamento do áudio em que Temer apresenta propostas que pretende discutir, caso assuma o governo, mesmo antes da votação do impeachment.
“Acho que foi um desgaste muito grande para as propostas de impeachment. Vai haver muita luta ainda”, disse Valente. O petista José Mentor (SP) também reforçou a tese de que a repetição proporcional do placar da comissão no plenário não garante a admissibilidade do processo.
“Essa é uma sinalização. As pessoas estão vendo, estão conversando, [mas no plenário] a relação é outra. Eles não fizeram a conta ainda”, disse Mentor em relação à comemoração dos parlamentares oposicionistas. Por: EBC
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