FEIRA DE SANTANA / Estudantes da Uefs desenvolvem sorvete de aipim sem lactose e sem glúten
Alunos do 9º semestre do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) estão desenvolvendo um sorvete a base de aipim, sem lactose e sem glúten, voltado principalmente para as pessoas que tem intolerância alimentar.
A estudante Caroline Lima explicou sobre o desenvolvimento da pesquisa e a aceitação do produto. De acordo com ela, os estudos estão acontecendo há aproximadamente três meses e a ideia de criar o sorvete foi baseada na análise de mercado e na perspectiva de que dificilmente são comercializados sorvetes sem lactose.
“Nós chegamos a nossa formulação final e até agora estamos tendo um grande número de provadores. Isto está sendo muito interessante para a gente porque nos permite saber que o nosso produto está sendo aceito. Primeiro nós começamos com uma pesquisa e sabemos que 70% da população adulta brasileira é intolerante a lactose. Nós pensamos em criar um produto voltado também para esta população. Porque atualmente no mercado, pelo menos aqui na cidade de Feira de Santana não encontramos produtos derivados do leite, que sejam sem lactose. Então nós pensamos em fazer um sorvete voltado também para este público, com uma base mais nutritiva e por isso optamos pelo aipim", disse.
De acordo com a estudante, após a finalização da pesquisa e a comprovação da aceitação do público, o sorvete será comercializado no mercado.
A professora de engenharia de nutrição Jean Márcia Mascarenhas disse que a aceitação passa pelos critérios de qualidade do produto e principalmente o valor nutricional. Ela destaca que a pesquisa é inovadora e levará para o mercado uma nova forma de fazer sorvete. Mais nutritiva e saudável.
“O produto tem essa inovação. Estamos criando um novo conceito de sorvete. Substituindo uma base rica em gordura e açúcar por uma base feita com aipim, altamente nutritiva. Hoje em dia a população vive muito doente, principalmente por diabetes e outras doenças que são causada pelo elevado consumo de açúcar. Aqui a gente tem essa linha de trabalho, onde tentamos substituir esses produtos convencionais que não fazem mal à saúde, por produtos mais saudáveis e feitos a partir das matérias primas da nossa região”, contou.
Márcia, que é professora da disciplina há 17 anos, disse que a cada semestre busca desafiar os alunos a desenvolverem novos produtos, na perspectiva de alimentos saudáveis. “O papel da Engenharia de Alimentos é esse, criar produtos e colocá-los no mercado. A nossa linha é criar produtos saudáveis pensando no consumidor final. Um produto que gere saúde e tenha um valor agregado e que revolucione a nossa forma de pensar a alimentação”, afirmou.
A professora ressaltou que o aipim deixa o sorvete mais genuíno, com alto valor nutricional e misturado a frutas regionais fica muito saboroso. Ela observa que o sorvete produzido pela Uefs vem revolucionar o mercado.
“Não existe esse produto nem aqui na Bahia, no Brasil e nem no mundo. Nós estamos criando um novo conceito de sorvete. É um produto novo que vem com promessas de revolucionar a forma de se pensar o sorvete”, completou.
Kalina Teixeira, doutoranda em Nutrição aprovou a qualidade do sorvete de aipim. Com intolerância a lactose, ela disse que há muito tempo não tomava sorvete, pois ao tomar o sorvete convencional ficava com uma sensação de desconforto. Ao experimentar o sorvete de aipim ele disse que não sentiu desconforto algum e achou o produto muito saboroso.
“Eu achei o sorvete muito bom. A textura está boa. Como eu sou intolerante a lactose, há muito tempo que eu não tomava sorvete. Não senti nenhum desconforto com o sorvete de aipim e então foi muito prazerosa essa sensação e pra gente que é intolerante isso é muito raro. É muito difícil encontrar um produto que tem a base de leite que a gente possa consumir e não sinta nenhum desconforto. Estou ansiosa para que o sorvete de aipim seja comercializado. Ficou bom na textura, bom no sabor, bom no aroma. No total o produto é muito gostoso e vai ganhar mercado”, finalizou. Por: Acordacidade
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