BRASIL / Familiares sofrem sem notícias de desaparecidos da tragédia em Minas

As famílias de cinco funcionários da mineradora e três moradores do município de Bento Rodrigues que ainda não sabem quando vão poder enterrar seus mortos

No dia 05 de novembro, o Brasil viu Minas Gerais ser palco da maior tragédia ambiental do país, com o rompimento de barragens da mineradora Samarco. Depois de quase um mês, a angústia ainda não acabou para os familiares dos desaparecidos.

A reportagem da Folha de S. Paulo conversou com a dona de casa Roseli Gomes, de 45 anos. Até hoje, ela está a espera de um telefonema com notícias do marido, Claudemir Elias dos Santos, motorista da Integral, uma terceirizada da Samarco. Ela sabe que o mais provável é que a notícia seja da localização do corpo. "Mas, até agora, não acharam nem o caminhão onde ele estava", disse. "Quero que encontrem pelo menos os ossos", desabafa a mãe de Roseli.

Alguns dos parentes até pararam de acompanhar o trabalho de resgate, pois reconhecem que é inútil. Esse é o pensamento de Marly de Fátima, 31 anos, que não tem notícias da mãe, Maria das Graças Celestino, 64. "O pessoal do Bento (Gonçalves, um dos municípios mais atingidos pela tragédia) ainda avisou que a lama estava descendo, mas acho que ela não ouviu, porque tem problema de audição", lembra a filha. "Tenho esperança pelo menos de que encontrem ela. Em vida, só se for um milagre", complementa.

Segundo o jornal, as famílias de cinco funcionários da mineradora e três moradores do município de Bento Rodrigues que ainda não sabem quando vão poder enterrar seus mortos e terminar esse ciclo de esperar por notícias todos os dias.

Os bombeiros ainda trabalham nas buscas. No entanto, o tamanho extenso do terreno e a quantidade de lama que ainda se encontra pela região dificultam o trabalho. Além disso, seis dos corpos resgatados estavam a quase cem quilômetros da barragem que se rompeu, aumentando ainda mais o raio das buscas. Por: www.noticiasaominuto.com.br