MEIO AMBIENTE / Pescadores ficam desolados com a chegada da lama ao mar capixaba

Os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo vivem um drama desde o último dia 5 de novembro. O rompimento da barragem da mineradora Samarco em Mariana (MG), controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, provocou um "tsunami de lama" que já chegou ao ES e deixou 12 desaparecidos e sete mortos – além de quatro corpos ainda não identificados. O desastre não deixou apenas mortos, mas ribeirinhos sem casa, pescadores sem trabalho, biólogos desesperançosos e um rastro de destruição.
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Os pescadores que vivem da pesca na região atingida pela lama se emocionam ao falar do desastre ambiental. Eles não conseguem conter as lágrimas ao verem milhares de peixes mortos e o rio completamente marrom. Um deles questiona em vídeo publicado pelo Portal Guandu. "Como o pescador vai sobreviver agora? Vinte e um anos que eu pesco, era minha renda".

Ribeirinhos que vivem à margem do Rio Doce olham com tristeza as águas que um dia já fizeram parte do seu cotidiano. É o caso da dona de casa Sandra Lúcia de Castro, de 46 anos. Segundo informações do jornal Hoje em Dia, ela chora todas as vezes que vê o estado do rio, no distrito de Pedra Corrida, pois o usava para lavar roupas e vasilhas e tomar banho. "Os meninos brincavam ao redor e se distraíam pegando peixinhos. Hoje a água tem cheiro de morte”, lamenta.

Os animais, que buscaram alternativas para fugir da lama, acabaram agonizando antes de morrer, segundo José Francisco Silva de Abreu, empresário e presidente da Associação de Pescadores e Amigos do Rio Doce. "Na agonia de achar oxigênio, os peixes subiram barrancos, rãs fugiram da água. Tinha um monte de cascudo [espécie de peixe] com a cabecinha na pedra, procurando oxigênio, um do lado do outro. Parecia um estacionamento de carros visto de longe", conta ao UOL. A pesca no Rio Doce está suspensa por tempo indeterminado.
Biólogos estão desacreditados
Os biológos que vêm observando o desastre de perto, afirmam que o impacto do rompimento da barragem é muito maior do que o esperado. Os danos ambientais causados são "impossíveis de reverter", segundo especialistas ouvidos pelo UOL. A lama teria cimentado o bioma natural e pode até ter causado a extinção de espécies de plantas e animais que só existiam no local. "A natureza local morreu soterrada", afirma Beatriz Missagia,  membro de pesquisa sobre a biodiversidade da Mata Atlântica do médio rio Doce.

Para o ambientalista Marcus Vinicius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão, que monitora a atividade econômica e seus impactos ambientais nas bacias hidrográficas dos principais rios mineiros pela Universidade Federal de Minas Gerais, ouvido pelo UOL, os danos são irreversíveis. "Qualquer ação a ser tomada agora é para mitigar os efeitos do impacto da lama."
"Lama só sai com retroescavadeira"
Especialistas dizem ainda que a natureza não tem como se desfazer da lama sozinha. A coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, em entrevista ao UOL, alega que é preciso utilizar recursos tecnológicos para retirar a lama, que é muito densa, o quanto antes. "A lama só sairá de onde está com retroescavadeiras. Como os rios ficarão enquanto isso?", indaga.
Esperança
Mas há quem tenha esperança. O fotógrafo Sebastião Salgado, famoso mundialmente, cresceu às margens do rio, e afirma que acredita em sua recuperação. Para isto, o artista deu a ideia de que fosse criado um fundo exclusivo com este fim, constituído pelas empresas BHP e Vale, donas da Samarco. Contudo, a sociedade civil deve fiscalizar o destino do dinheiro, para evitar que seja desviado. “Tenho muito medo de haver uma espécie de varejo desses fundos e quem sabe numa hora qualquer esses fundos, que deveriam ser para reconstituir uma bacia destruída, passe a ser um recurso para constituir praças públicas e ser plataforma de político. Tenho muito medo.”, revela o fotógrafo ao jornal O Dia.

Fundador da ONG Instituto Terra, Sebastião Salgado afirma ainda que a organização pode colaborar com a recuperação das nascentes, reflorestando áreas atingidas a partir de outubro do próximo ano, no período de chuvas.  “O instituto tem o maior viveiro de plantas nativas do estado de Minas Gerais e pode iniciar o plantio e a preparação dos técnicos que vão trabalhar nessa recuperação a longo prazo", argumenta. Por: www.noticiasaominuto.com.br * Vídeo e Fotos: Reuters
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