BAHIA / PETROQUÍMICAS DESATIVAM FÁBRICAS EM CAMAÇARI

Maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul, o Polo Petroquímico de Camaçari tem passado por uma grande mudança de perfil nos últimos anos.  Companhias do setor petroquímico, que historicamente são a base da cadeia produtiva na região, estão desativando suas operações. Enquanto grupos como Ford, Boticário e Kimberly Clark instalaram fábricas no local, unidades da Braskem, Dupont e Dow deixaram de operar.

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Um dos motivos para a mudança é a perda de competitividade dos derivados de petróleo processados em Camaçari em relação a produtos importados. Os altos custos para atualização tecnológica das fábricas inviabilizam economicamente o negócio. “O polo de Camaçari foi criado, em 1978, para receber indústrias petroquímicas. Hoje, porém, há casos que ficou mais barato importar matéria prima da China do que trazê-la de um vizinho no Polo através de um duto”, explica Antonio Lopez, Diretor da S4A, empresa que avaliou petroquímicas na região em 2012 e 2013.

A S4A fez a análise de instalações em casos em que se optou pela desmobilização das plantas industriais. Os ativos desativados – entre instalações e equipamentos – estão avaliados ao redor de R$ 100 milhões. “A falta de um porto comercial próximo, para facilitar o transporte, pesou na depreciação do terreno e dos equipamentos”, destaca Lopez. “O valor residual, que pode ser arrecadado com a venda dos ativos, muitas vezes não é suficiente para subsidiar o custo de desinstalação”, comenta.

Como resultado dessas transformações, os terrenos e a base da infraestrutura remanescente para instalações industriais têm gerado interesse de companhias que buscam uma área adequada para suas instalações. “Camaçari é um polo consolidado, com melhor infraestrutura em relação a polos mais recentes. Além disso, na região existe mão de obra qualificada para diversas atividades industriais”, conclui. (bahiaeconomica)