Em todo ano eleitoral acontece a mesma coisa: a grande maioria vota errado e depois se arrepende.
E como votar certo?
Até hoje ninguém, no Brasil, conseguiu esclarecer esse tipo de dúvida. Também pudera.
O sistema político-eleitoral brasileiro é cheio de falhas e não permite um nível de acerto melhor ao eleitor, ou seja, na hora do voto não há o devido esclarecimento sobre os candidatos.
A primeira falha, a nosso ver, está de fato no sistema político-eleitoral.
Quem escolhe os candidatos são os líderes partidários e os nomes são empurrados de cima para baixo, afinal eles saem do seio do povo e este mesmo povo não possui cultura suficiente para participar do processo político nem possui a devida politização para indicar pessoas mais capacitadas e sérias para o preenchimento das vagas de candidatos.
E esta dura realidade faz criar um círculo vicioso: se o povo não é politizado e deixa a política para os maus, o que acontece? A gestão pública acaba sendo gerenciada por irresponsáveis, corruptos e incompetentes.
Como o processo eleitoral é disciplinado por leis cheias de falhas e brechas, os maus acabam prosperando na política e os bons acabam não tendo nenhuma chance de vencer os pleitos, o que dá a clara ideia de que a política no Brasil é para os malandros.
Ora, como explicar que um político corrupto, ficha suja, ladrão fino do dinheiro público e sem nenhuma dignidade possa estar à frente da gestão pública administrando o dinheiro que é de todos?
As leis servem para quê?
E mais: se as leis eleitorais estão caducas, por que não se cria outras mais eficientes?
A resposta aí parece simples: não interessa aos maus políticos que estão nos parlamentos criar leis melhores, afinal eles estão lucrando e muito com a confusão em que se transformou o processo eleitoral brasileiro.
E a verdade é esta: somos governados por uma maioria de corruptos, de bandidos, de ladrões do erário na acepção da palavra.
Mesmo agora com a prisão dos mensaleiros - escândalo que é café pequeno perto de tantas outras falcatruas que já foram praticadas e de outras que continuam em andamento neste País desde que Cabral aportou por aqui em 1500 -, percebe-se que, devido às brechas nas leis e com bons advogados, as penas aparentemente rígidas vão sendo transformadas, a cada apelação, em punições mais brandas como regime semi-aberto, prisão domiciliar e outras benesses que só servem para beneficiar criminosos do colarinho branco.
Sabemos que o caminho mais reto que leva ao desenvolvimento de uma Nação é a educação.
Todos sabem disso, mas por que a educação pública não é devidamente valorizada e implantada de fato?
A resposta também nos parece óbvia: interessa aos políticos que estão no poder?
Para eles é muito mais cômodo distribuir bilhões de reais por meio de programas sociais - como Bolsa Família, cisternas, caminhões-pipas e outras esmolas -, afinal facilita manter o povo mais carente, que é quem decide as eleições, em cabresto bem curto.
As manifestações que ocorreram no ano passado, ainda que tenham partido da classe média alta e dos segmentos mais esclarecidos, mesmo com claros interesses político-eleitorais em jogo, mostram que há uma pequena luz no fim do túnel.
Se o consciente coletivo brasileiro sinalizar na direção de mudanças profundas no arcaico modelo político vigente, é bem provável que não será utopia sonhar com um povo mais politizado e mais consciente de seus direitos, e, sobretudo, deveres.
Em outrora Edson Arantes do Nascimento, o nosso Pelé, afirmara que o povo brasileiro não sabe votar.
Pelé, que sempre se deu melhor com a bola do que com as palavras, só não deu a receita certa para o povo votar, digamos, certo.
Na nossa modesta opinião, somente um choque de educação e uma revolução cultural é que nos darão embasamento para o pleno exercício da cidadania.
Por enquanto, no Brasil, cidadania não passa de uma falácia que corre de boca em boca, perdida em papéis e no imaginário popular.
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