POLÍTICA / As relações entre o golpe institucional e a mídia monopolista no Brasil: Perspectivas e alternativas

O golpe institucional em curso no Brasil só foi produzido porque teve o apoio incondicional da grande mídia. Sem o bombardeamento negativo diário da mídia monopolista – sob o comando da Globo, Record, Band, Estadão, Folha de São Paulo e outros jornais, revistas e mídias digitais –, seria impossível a intensa partidarização das instituições de Estado para desfechar o golpe contra Dilma, num processo totalmente maculado pela fraude e pela manipulação. E desde que Temer assumiu como presidente interino, ocorre uma ampla campanha de informação visando assentar as bases da autoridade do governo golpista com aparência de continuísmo, legalidade e legitimidade.
Durante o século XX passou a ser cada vez mais vital para as classes dominantes manter sua hegemonia pelos grandes meios de comunicação privados. Podendo chegar com uma única voz a grande maioria dos brasileiros, cria-se um “consenso” sem vozes dissonantes e consegue-se pautar a agenda de debates no país.

Não é a toa que, pelo menos desde a década de 1950, a grande mídia privada vem sendo um dos principais articuladores da desestabilização política e econômica no país, participando do cerco político que culminou no suicídio de Getúlio Vargas, nas tentativas de inviabilizar a posse de Juscelino e na execução do golpe contra Jango em 1964. Nestes casos, os meios de comunicação de massa brasileiros foram decisivos como complementos das ações políticas que definiram os rumos do país.

Com a ditadura, a grande mídia – capitaneada pela Rede Globo – foi altamente conivente com as práticas de censura, tortura e perseguição política, tentando legitimar a ação dos governos militares.


  • "Com a redemocratização a grande mídia privada continuou poderosa. Durante os governos Collor e FHC os maiores veículos de comunicação atuaram numa linha “chapa-branca”, se omitindo perante os inúmeros esquemas de corrupção que envolveram as privatizações e o processo de desnacionalização desenfreada dos anos 1990"


Com a redemocratização a grande mídia privada continuou poderosa. Durante os governos Collor e FHC os maiores veículos de comunicação atuaram numa linha “chapa-branca”, se omitindo perante os inúmeros esquemas de corrupção que envolveram as privatizações e o processo de desnacionalização desenfreada dos anos 1990.

A partir de 2003, durante os governos liderados pelo PT, a grande mídia passou a se esforçar em demonstrar que o Brasil estava virando um caos. Mais recentemente, além de promover ataques ao governo, se ampliaram as campanhas para criar um clima de ódio e de espetacularização ao “combate a corrupção” com a estratégia de vazamentos seletivos de informações sigilosas para imprensa executada pela Operação Lava Jato. O resultado foi que, diante das tentativas de golpe a partir da eleição de 2014, nem governo, partidos ou organizações populares se mostraram em condições de fazer frente à avalanche de mentiras, omissões e calúnias da grande mídia privada, o que acabou levando parte considerável da sociedade a defender o golpe institucional travestido de impeachment da presidente Dilma.

Em pleno século XXI, o Brasil continua sendo um dos países com maior concentração da mídia no mundo. Menos de dez grupos familiares concentram os principais meios de comunicação no Brasil, num verdadeiro esquema de monopólios e oligopólios em âmbito regional e nacional, violando a Constituição Federal de 1988 e desequilibrando o jogo democrático da representação política. A legislação do setor também não inclui dispositivos que limitem a concentração de propriedade.

As redes nacionais de comunicação incluem emissoras de rádio e TV, jornais e revistas de circulação nacional. Seus principais proprietários são sete famílias. Os Marinhos da Rede Globo (a família mais rica do Brasil), a família Abravanel (de Sílvio Santos) do SBT, Edir Macedo da Record, a família Saad da Band, os Frias da Folha de S. Paulo, os Mesquitas do Estadão e os Civita da editora Abril e Veja. São sete famílias que representam unicamente mais de 80% de tudo que entra para os brasileiros.

Este nível de concentração também existe nos grupos regionais de afiliados nas redes nacionais de TV, formando oligopólios estaduais ligados a famílias políticas tradicionais, como a família Magalhães (de ACM Neto – DEM) na Bahia, a família Sarney (de José Sarney – PMDB) no Maranhão, a família Collor (de Fernando Collor de Mello – PTC) em Alagoas, a família Maia (de Jose Agripino Maia – DEM) e família Alves (de Garibaldi Alves Filho – PMDB) no Rio Grande do Norte, a família Jereissati (de Tasso Jereissati – PSDB) no Ceará, a família Franco (de Albano Franco – PSDB) no Sergipe, a família Sirotsky no Rio Grande do Sul, família Câmara em Goiás e Tocantins, os Barbalho e Maiorana no Pará.

No Paraná apenas cinco famílias que comandam a grande comunicação de massa privada. Existe a família Petrelli (dona da RIC Record), a família Malucelli (dona da TV Bandeirantes Curitiba e Maringá, BandNews FM, CBN Curitiba, Jornal Metro e Rádio Globo Curitiba e Paranaguá), a família Massa Martinez do apresentador Ratinho e seu filho, o deputado e secretário de Beto Richa, Ratinho Junior (PSD) (donos da Rede Massa, que domina o SBT no Paraná) e a família Cunha Pereira que, junto com a família Lemanski, (donos do GRPCOM – Grupo Paranaense de Comunicação, que domina a RPC TV com oito emissoras de TV afiliadas à Rede Globo, os jornais Gazeta do Povo, Jornal de Londrina, Gazeta Maringá e Tribuna, as rádios 98FM, Mundo Livre FM e Cultura FM. E a família Mussi Pimentel (da Rede Mercosul de Comunicação). Por: Fernando Marcelino / Caros Amigos
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