MEIO AMBIENTE / Filhote da maior ave de rapina das américas é encontrado em parque da Bahia
Pesquisadores lutam há mais de 10 anos para preservar a espécie de gavião-real. Foto: Divulgação/ICMBio/Jailson Souza |
Soltura
Há pouco mais de um ano, a equipe que tenta salvar a harpia fez a soltura de uma fêmea resgatada e cuidada por um mês no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (Cetas/Ibama) e por mais de dois anos na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel. O otimismo da equipe que monitora o ninho tem uma justificativa. A harpia, dona de uma envergadura (asas abertas) de mais de 2,5 metros, constitui um dos maiores desafios de preservação do País.
É uma ave que está no topo da cadeia alimentar, o que faz com que sua sobrevivência dependa de um ambiente muito equilibrado, com vegetação preservada e abundância de outras espécies animais das quais se alimenta. O ninho encontrado está em um embiruçu, árvore com mais 35 metros de altura e 3,5 metros de circunferência. As harpias da Costa do Descobrimento, como é conhecida a região do litoral sul da Bahia, na fronteira com o Espírito Santo, são as últimas remanescentes do bioma Mata Atlântica.
O novo ninho foi localizado fora de área onde regularmente a espécie se reproduz. Para sobreviver, um único gavião-real precisa de um território equivalente a 50 campos de futebol. Os filhotes ficam com os pais até completarem um ano e meio e circulam somente a 700 metros do local de nascimento, época em que aprendem a voar e a caçar para sobreviver.
Monitoramento
As harpias na região do Parque Nacional do Pau Brasil e em seu entorno são monitoradas pelo satélite Argos e por transmissores de radiofrequência, além do tradicional anilhamento. A ave solta pelo projeto ocupa uma área de pouco mais de 20 campos de futebol, num raio de 4 Km. O trabalho multidisciplinar é financiado e executado pela equipe da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel, situada entre Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, com apoio de uma empresa privada.
O projeto Harpia na Mata Atlântica, coordenado pelo Programa de Conservação do Gavião-Real, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), é parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Aves de Rapina, do ICMBio, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Conta, ainda, com apoio das populações locais e de grupos de falcoaria envolvidos na reabilitação das águias resgatadas. As informações são do site do ICMBio.
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