BAHIA / Baianos circulam com um celular bom e um ruim para ser levado pelo assaltante

É bastante comum encontrar pessoas que circulam pelos ônibus da capital baiana portando dois celulares: um bom e um ruim. A prática é uma tentativa de evitar que o celular bom seja levado pelo assaltante. Entretanto, de acordo com especialistas, a prática acaba atraindo o bandido que entra no coletivo apenas com a intenção de assaltar o caixa do cobrador.

“Uma vez fui abordada e o ladrão disse pra passar o celular. Nesse dia, eu tinha colocado os dois juntos e, na hora do roubo, fiquei tentando identificar qual era o pior para dar a ele. Mesmo nervosa e tremendo, consegui dar o velho e ele saiu andando, fingindo que nada tinha acontecido”, contou a universitária Camila Teixeira, 19.

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Já a estudante de administração Tiana Miranda, 24, afirma que sempre sai com um celular na bolsa e outro escondido dentro da calça. “Confesso que, às vezes, fico com medo do assaltante se alterar por causa das condições do celular, e querer levar outra coisa. Tenho um iphone e ele foi muito caro pra perder assim”, disse.

Quem não teve muita sorte com essa prática foi a cabeleireira Geovana Cortes, 43. De acordo com ela, homens armados abordaram o coletivo e renderam todas as pessoas. “Pensei em tirar o celular da bolsa e colocar dentro da calça, mas fiquei com medo de perceberem. Quando vasculhou minha bolsa, encontrou os dois celulares”, contou.

O major da Polícia Militar, Washington Costa, afirma que o ideal é andar pelas ruas portando o mínimo de coisas possível. “Hoje, em 90% dos assaltos em ônibus, o elemento rouba apenas o cobrador. As pessoas devem levar o mínimo de pertences, para evitar chamar a atenção, e evitar a usurpação”, informou.

De acordo com o major, quando o assaltante quer furtar aparelhos de celular e outros pertences em coletivos, escolhe o ônibus a dedo. “Escolhem ônibus alternativos, como o frescão, onde costuma acontecer o roubo dos pertences de quem está no veículo. De 700 assaltos que aconteceram em ônibus este ano, apenas 15 deles foram arrastão. A maioria aconteceu durante a época do Carnaval”, explicou.

O major Washington é comandante da Operação Gêmeos, que atua com cerca de 12 guarnições. “Ficamos em pontos estratégicos das 6 horas da manhã a 1 hora da madrugada. Enquanto estiver ônibus rodando, estamos nas ruas”, afirma o comandante. Fonte: www.tribunadabahia.com.br