Por que a população reclama tanto da falta de qualidade no serviço público oferecido pelas prefeituras?


O povo reclama diariamente que os serviços públicos ofertados pelas administrações municipais não vão bem. Faltam médicos, professores, iluminação, limpeza, segurança, remédios, infraestrutura, ação social, enfim um conjunto de medidas eficientes que contribuam para melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Entretanto, a cada quatro anos temos eleições para modificar esse quadro, mas infelizmente a principal arma usada para eliminar esse drama acaba virando uma roleta russa, quando esse mesmo povo acaba apontando essa mesma arma contra sua própria cabeça, elegendo e reelegendo figurinhas carimbadas da politica local e regional que, indiferente ao sofrimento dos munícipes, repetem as mazelas praticadas em governos anteriores. Daí estarmos diante de dezenas de oligarquias políticas municipais alternando-se no poder, como se prefeitura fosse um jogo de xadrez em que apenas duas pessoas têm direito de mexer as pedras do tabuleiro e usufruir da brincadeira. Um de cada vez. Cá, do lado de fora, o povo como expectador.

Mas esse mesmo povo, aqui representado pelo eleitor, é quem mantém esse circulo vicioso e repetitivo das tradicionais oligarquias no poder. Para qualquer cidade em que o leitor apontar o dedo nesta vasta região verá duas famílias, duas lideranças, dois caciques, dois chefes, dois donos de partidos, dois patrocinadores, dois indicadores de cargos, dois chefes de facção, dois inimigos políticos, dois desafetos, dois mandatários, dois discursos diferentes, dois apoiadores. Dois únicos "donos" de votos. Um que sai e outro que entra. Um que está no poder e outro querendo retornar. Há anos esse é o modelo estabelecido de se fazer política. Nada muda. Quando se cria uma lei proibindo ou impossibilitando a reeleição, entra um parente para não deixar o poder sair do ambiente familiar, uma espécie de feudo eleitoral.

Assim, nos tornamos os únicos responsáveis por essa situação a qual não queremos assumir a responsabilidade, preferindo reclamar e protestar, repassando sempre a culpa para os políticos, nunca admitindo que somos os verdadeiros culpados por mantê-los gerenciando os cofres públicos. Nosso dinheiro. Somos muitas vezes covardes. Covardes por não ousarmos romper com esse ciclo colonial de se fazer politica em nossas comunidades, submetendo-nos ao comodismo e a interesses pessoais em detrimento do progresso coletivo. Sim, eles, os políticos, não são os culpados por essa lambança administrativa. Somos cada um de nós, que só reagimos com palavras quando, passado o clima das comemorações das urnas, voltamos a encarar a velha e dura realidade dos discursos de posse dos prefeitos eleitos: " encontramos uma prefeitura falida e sucateada, deixada pela gestão anterior....estamos ainda arrumando a casa!". Isso é o chavão dos mercenas.

Saiba agora o preço dessa falta de politização das populações destas cidades que assim procedem: "Um estudo realizado pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) revelou os prejuízos econômicos e sociais que a corrupção causa ao País. O valor chega a R$ 69 bilhões de reais por ano".

As denúncias de corrupção vêm de todos os cantos do país e de todos os setores. Denunciadas em parte pela imprensa, em parte por setores privados fiscalizadores, não se havia medido ainda o tamanho do rombo e o mais alarmante: o prejuízo que este montante de dinheiro causa em setores fundamentais, como educação, saúde, infraestrutura, habitação e saneamento. O relatório da Fiesp informa que o custo disso chega até R$ 69 bilhões de reais ao ano. Segundo o levantamento, a renda per capita do País poderia ser de US$ 9 mil, 15,5% mais elevada que o nível atual.

Segundo dados de 2008, a pesquisa aponta que o custo médio anual da corrupção no Brasil representa de 1,38% a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o1u seja, gira em torno de R$ R$ 41,5 bilhões a R$ 69,1 bilhões. Portanto, vamos parar com essa história de procurar culpados e reconhecer o erro que cometemos sistematicamente a cada 4 anos. Governos e governantes são o espelho dos votos que colocamos nas urnas. Pense nisso!

Texto: Maurício Dias | A publicação do texto está autorizada desde que o veículo cite a fonte.

Foto: Reprodução
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