Brasil/ Esquema de propina na Petrobras beneficiou deputados e campanha presidencial, diz revista

Um esquema de pagamento de propina envolvendo a Petrobras e o PMDB beneficiou deputados e ajudou na campanha presidencial, segundo denúncias divulgadas pela Revista Época neste sábado (10). Em uma entrevista com o lobista João Augusto Henriques, a equipe de reportagem da revista conseguiu confirmar denúncias que já vinham sendo investigadas. "Do que eu ganhasse (no contratos intermediados com a Petrobras), eu tinha de dar para o partido (PMDB). Era o combinado, um percentual que depende do negócio", afirmou João Augusto à Época.

A investigação começou a partir de um contrato assinado em 2009, em Buenos Aires, entre o advogado e ex-deputado Sérgio Tourinho e o argentino Jorge Rottemberg. No documento, previa-se que Tourinho receberia US$ 10 milhões de uma empresa no Uruguai caso a Petrobras vendesse a refinaria de San Lorenzo, avaliada em US$ 110 milhões, ao empresário Cristóbal Lopez, conhecido como czar do jogo na Argentina e amigo da presidente Cristina Kirchner.

O advogado Tourinho era sócio dos lobistas do PMDB, que trabalhavam em parceria com Jorge Zelada, diretor internacional da Petrobras desde 2008 e que foi afastado em julho deste ano. Segundo João Augusto, Tourinho era apadrinhado do PMDB. Segundo a publicação, o dinheiro ia para deputados do partido em Minas e também chegou às mãos do secretário das Finanças do PT, João Vaccari, recebeu o equivalente a US$ 8 milhões durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. A Petrobras informou em nota que não comentaria o assunto.

Fonte: por Amanda Palma